Um tribunal indiano ordenou a apreensão de duas pinturas do finado artista indiano MF Husain – considerado o “Picaasso da Índia” – após uma queixa da advogada Amita Sachdeva de que as pinturas “ofendiam sentimentos religiosos”.
As informações são do The Independent.
Sachdeva registrou um boletim de ocorrência em dezembro contra as pinturas, que retraram as divindades hindus Ganesha e Hanuman junto à figuras femininas nuas.
Maqbool Fida Husain faleceu em 2011, em Londres, em exílio auto-imposto após múltiplas ameaças e acusações de obscenidade contra suas pinturas.
As pinturas apreendidas eram parte de uma mostrada chamada “Husain: o Modernista Atemporal”, com 100 obras “marcantes” que refletiam sua interpretação da vida, cultura e a modernidade na Índia; segundo a galeria que sediou a exibição entre 26 de outubro e 14 de dezembro, foram cerca de 5.000 visitantes e apenas Sachdeva teria dado queixa.
Na queixa, Sachdeva afirma que a galeria não poderia ser definida como um espaço privado “pois era aberto ao público” e que as pinturas “tinham o objetivo de ofender e ridicularizar”. Ela afirma ainda que o espaço teria “escondido as pinturas” e “mentido sobre a exibição”. A galeria afirma que vai entrar com recurso e uma ação contra Sachdeva por difamação.
O espaço ainda ressalta que a suprema corte do país havia garantido em 2008 e reafirmado a liberdade artística de Husain, apontando ainda que a arte indiana tem um longo histórico de erotismo “sob ataque por um neopuritanismo”.