No início do século passado, Florianópolis era uma das paradas obrigatórias da companhia aérea francesa Aéropostale, que enviava correspondências entre Europa, África e Atlântico Sul. Ainda sem um aeroporto estruturado, a Capital improvisava um campo de pouso num terreno na praia dos Campeche, Sul da Ilha. Os pequenos aviões carteiros usam o espaço como escala antes chegar a Buenos Aires, na Argentina. Numa dessas aeronaves, estava o piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, que também era escritor e ficou famoso pelo livro “O Pequeno Príncipe”.
Conforme historiadores e pesquisadores, o famoso piloto-escritor esteve por várias vezes na Ilha de Santa Catarina entre 1929 e 1931. O campo de pouso do Campeche era uma dos 11 pontos de parada da companhia francesa. Não há fotografias de Saint-Exupéry em Florianópolis. Mas as passagens pela Capital são confirmadas a partir de matérias jornalísticas da época e relatos de locais e descendentes dos aviadores.
Homenagem
As paradas técnicas de Saint-Exupéry no Campeche renderam várias homenagens, a começar pela rua que margeia o campo de pouso, chamada de Avenida Pequeno Príncipe – a principal do bairro.
Uma placa, fixada pela prefeitura na casa onde mecânicos e pilotos ficavam durante paradas, hoje tombada pelo município e chamada de Casarão Aéropostale, destaca a passagem do piloto.
Dizem as lendas da Ilha, que Saint-Exupéry se enturmava com os nativos e como os manezinhos não falam francês, passaram a chamá-lo de Zé Perri,
Relatos de nativos dão conta de uma amizade com o pescador Manoel Rafael Inácio, o “seu” Deca, no início do século passado. Os dois, segundo a narrativa, chegavam a comer e pescar juntos. E o Zé Perri se deliciava com as iguarias da Ilha.