O que o mamão formosa, o caixa do supermercado e a urgência em ser feliz têm em comum – por Izabella Wagner

Por: OCP News Jaraguá do Sul

28/03/2016 - 10:03 - Atualizada em: 28/03/2016 - 10:36

Quando você imagina um “programa de índio” para sábado à noite, qual o primeiro que vem na sua cabeça? Na minha: ir ao supermercado.

Tem gente que curte. Meu cunhado, por exemplo, adora sair dirigindo seu carrinho de compras sem rumo entre as prateleiras… Pra mim, definitivamente, é um programa muito chato, porém necessário. Então, para não me demorar muito na tarefa, compro o essencial.

Sabão em pó, amaciante, pasta de dente (a gente sempre acha que os tubos são perenes, não é mesmo?) e… bom, para fazer um agradinho ao marido no café de domingo, um mamãozinho “no ponto”!

Na hora de escolher o caixa (todos lotados), faço como a maioria: escolho o que tem a fila menor. E quem é o operador de caixa? Um menino bem novinho, loirinho, todo esforçado. Naquela hora confesso que bateu a dúvida: “Fico aqui ou não? Será que está na experiência?”. Resolvi ficar.

“Boa noite” pra cá, “boa noite” pra lá, começo a passar os itens. Eis que chega a hora do mamão e o operador de caixa pergunta:

– “Este é o mamão formosa?”

– “Sim”, respondo. E vou adiante: “Por curiosidade, quantos anos você tem?”

– “Dezenove”.

– “Acredito que com sua idade também não sabia distinguir os tipos de mamão.”

– “Ah é? Um dia eu aprendo! E você? Quantos anos tem?”

– “Eu tenho trinta e nove”.

E então veio o comentário que brotou com a maior naturalidade em sua alma:

– “Meu Deus! Tomara que demore muito pra eu chegar nessa idade!”

Ei?! Peraí! Eu tenho 39 anos! Estou na adolescência da minha vida! Meus 19 estão ali, bem pertinho! Se eu esticar o braço consigo até tocar neles!

Mas ok! O propósito aqui não é discutir o tempo, a idade ou sentir-se ou não com a idade que se tem. O fato é que logo após ter sido surpreendida com o desabafo honesto de nosso querido garoto/caixa de supermercado, imediatamente me veio a constatação de que mesmo com exatos 20 anos a mais que ele, o tempo não importava. O mais relevante era se eu o estava usufruindo bem!

Estava lutando pelos meus sonhos? Estava vivendo a vida que comecei a imaginar aos 19? Estava realizando e planejando minha vida com brilho nos olhos?

E você? No auge de seus 20, 30, 40, 50… Está buscando ser feliz? Com toda coragem? Pense um pouco na palavra “ousadia”, “arrojar”. Sabe o que significa?

Será que não está faltando um pouquinho de força aí? Não quero ver você pensativo no caixa do supermercado, certo? Quero a certeza de estar aproveitando, de estar curtindo essa jornada!

Lembrando o que nos disse Mahatma Gandhi:

“Não há caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho!”

E o mamão, no dia seguinte? Estava “no ponto”? Mais doce impossível!


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