Impossível esquecer as manhãs de 6 e 9 de agosto de 1945. A terrível tragédia em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, ainda causa sentimentos de tristeza e revolta no mundo. E não é pra menos, o lançamento de bombas nucleares por lá aconteceu há quase 73 anos, mas os estragos ainda têm efeitos visíveis na vida daquele povo.
São inúmeros os relatos do terror e milhões de mortos: em Hiroshima, cerca de 140 mil, e em Nagasaki, outros 74 mil.
Mas você já parou para pensar se uma dessas bombas tivessem atingido Joinville? Para entender os efeitos e limites dessas ‘armas’, a Outrider Foundation bolou um infográfico explicando as etapas por trás da implosão.
Com essa ferramenta, “jogamos bombas nuclear” na cidade, para analisar a devastação com base em perímetros de risco semelhantes aos do evento no Japão.
O resultado é assustador! Segundo a ferramenta, se a “Little Boy” – que atingiu Hiroshima – caísse no Centro de Joinville, ao todo seriam aproximadamente 537 mil mortos e 48,6 mil feridos. Praticamente toda a cidade morreria.
Estragos irreparáveis no Centro (raio de 0.1 km)
Considerando, então a “Little Boy”, o raio máximo da bola de fogo faria o Centro da cidade desaparecer. De acordo com a Fundação, essa bola de fogo é 10 mil vezes mais quente que a superfície do Sol.
No primeiro milionésimo de segundo após a detonação, os materiais da bomba aqueceriam a temperaturas extremas. A bola de fogo se formaria imediatamente, e emitiria uma enorme quantidade de energia como raios X, luz e calor, expandindo-se enquanto esfria. Qualquer coisa – ou qualquer outra pessoa – dentro da bola de fogo seria vaporizada em um instante.
Essa área compreende lugares bastante frequentados pelos joinvilenses, como: o Terminal Urbano Central, o Shopping Mueller, o Museu do Imigrante e o Hospital Dona Helena.
Onda destrutiva (raio de 2 km)
À medida que a bola de fogo se expandisse rapidamente, ela forçaria o ar ao redor, criando uma onda de choque.
Neste raio, a pressão da onda de choque é forte o suficiente para destruir a maioria dos edifício. Ventos com força de furacão acompanham a frente de choque, aumentando a destruição.
Embora o corpo humano possa sobreviver a um salto de pressão significativo e a ventos fortes, pessoas dessa área, provavelmente seriam feridas ou mortas em baixo dos escombros ou detritos arrastados pelo vento.
O trecho compreende: todo o Centro, chegando ao bairro Atiradores, Anita Garibaldi e Bucarein. Os estragos chegariam à Arena Joinville, o Zoobotânico e o Hospital da Unimed.
Estragos da radiação (raio de 4 km)
Logo após a detonação, os materiais nucleares emitem uma explosão de radiação na forma de raios gama e nêutrons. As pessoas que absorvessem as partículas em um curto período teriam envenenamento por radiação aguda.
Poderiam morrer dentro de algumas horas ou semanas. As vítimas experimentariam sintomas, incluindo náuseas e fadiga. Seu cabelo cairia e seus glóbulos brancos morreriam, aumentando o risco de infecção.
A radiação pode permanecer no ambiente por décadas. O efeito sobre os seres humanos é principalmente através da alimentação: as culturas absorvem a radiação e a transmitem aos animais – incluindo o gado – que comem as plantas.
As pessoas que comem estas plantas ou animais contaminados sofrem riscos de saúde a longo prazo. Crianças e bebês são mais suscetíveis e podem desenvolver hipotireoidismo e câncer.
Neste caso atingiria os outros bairros nos arredores, e estruturas como a Expoville e o Terminal Norte de ônibus.
O calor nos arredores (raio de 6 km e mais)
A explosão produz calor intenso que causa danos catastróficos. Qualquer pessoa dentro deste raio teria queimaduras graves ou fatais de terceiro grau.
Dentro do raio mostrado aqui, madeira, roupas, papel e plásticos pegariam fogo. Mesmo fora desse limite, o calor ainda seria intenso o suficiente para causar queimaduras de primeiro e segundo graus.
Outras bombas:
Bomba Hwasong-14: Bola de fogo – 0,7 km | Radiação – 7 km | Onda destrutiva – 12 km | Onda de calor – 43 km
– Mortos: 91.390
– Feridos: 124.399
Bomba W-87: Bola de fogo – 1 km | Radiação – 9 km | Onda destrutiva – 18 km | Onda de calor – 78 km
– Mortos: 130.633
– Feridos: 146.420
Tsar Bomba (maior bomba detonada na União Soviética): Radiação – 50 km | Bola de fogo – 70 km | Onda destrutiva – 555 km | Onda de calor – 5.151 km
– Mortos: 536.995
– Feridos: 139.506
Esta última, com certeza, faria Joinville desaparecer num piscar de olhos, e afetaria cidades vizinhas, como Araquari, São Francisco do Sul, Guaramirim e até Jaraguá do Sul.
Faça a simulação você mesmo neste link.
Texto: Gabriela Bubniak.