O homem que distribui dinheiro na Grande Florianópolis

Por: Ewaldo Willerding Neto

07/04/2018 - 06:04 - Atualizada em: 09/04/2018 - 23:01

Luiz Carlos Goedert é um empresário arrojado. Há 13 anos montou a Rádio Regional FM, voltada para o povão, e hoje desfruta da liderança absoluta na Grande Florianópolis. Seus números impressionam e o colocam 11 pontos à frente do segundo colocado – a Rádio Jovem Pan, quem nem é do mesmo segmento.

Desde 2016, para atingir o coração do seu ouvinte (seu slogan), inovou nas promoções. Após passar anos distribuindo eletrodomésticos, ingressos para shows e peças de teatro, decidiu dar dinheiro para quem está ligado na sua rádio. Isso mesmo, grana ao vivo. “A felicidade das pessoas é muito individual. Cada um sabe o que precisa mais”, reconhece Luizinho, como é popularmente chamado.

A promoção é simples, bem simples. Não precisa de cadastro, senha, compras, nada. Ele sai com um carro sem adesivos da rádio (“seu for com um carro plotado vira loucura”, admite), bate na porta da casa das pessoas e pergunta: “Qual rádio a senhora (ou senhor) está ouvindo?”. Se a resposta for “Regional”, bingo. A pessoa ganhar R$ 500,00.

Luizinho sabe como conquistar as pessoas. “O povão é de boa-fé, por isso os políticos os enganam tanto”, dispara. E por conta disto tem angariado mais adeptos.

Mas nestes três anos de promoções ‘bateu-ganhou’ nem tudo são flores. Luizinho conta que, certa vez, no interior da Ilha, chegou falando ao vivo na rádio, anunciando a promoção e brincou: “Não estou aqui vendendo terreno no céu, não é dinheiro da Lava Jato. É dinheiro meu”. Um senhor, ligado a uma igreja, não gostou e partiu para cima, achando que o radialista era um charlatão. “Tive que entrar no carro rapidamente, pegar um cheque promocional, daqueles bem grandão, com o valor do salário mínimo e a logomarca da rádio, pro homem se acalmar”. Quando o religioso viu o nome ‘Regional’, relaxou: “Ô Luizinho, és tu!”

Para dar visibilidade a sua promoção, Luizinho espalhou outdoors pela região. Agora circula de carro atrás dos antenados felizardos, mostrando que bom humor e arrojo não fazem mal a ninguém.