Nos tempos de Mozart, os pianos possuíam 61 teclas, uma limitação que, longe de restringir a criatividade, desafiava os compositores a explorar ao máximo os recursos disponíveis.
Essa restrição incentivava o uso inteligente da harmonia, melodia e dinâmica, além de promover arranjos que respeitavam as possibilidades técnicas dos instrumentos da época. A menor extensão do teclado permitia que os músicos se concentrassem em criar peças que se destacassem pela beleza estrutural e expressiva, como exemplificado em sonatas e concertos de Mozart.
Além disso, o espírito da época, fortemente influenciado pelo Classicismo, privilegiava clareza, equilíbrio e proporção. Os compositores não buscavam volume ou complexidade excessiva, mas perfeição em formas bem definidas.
Mozart, em especial, transformava simplicidade em genialidade, compondo peças que soavam naturais e acessíveis, mesmo dentro das limitações técnicas. Essa abordagem criativa não só superava as barreiras físicas dos instrumentos, como também estabelecia padrões que influenciam a música até hoje.