Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Morre a lenda dos quadrinhos Stan Lee

Escritor e editor tinha 95 anos, e moldou os quadrinhos americanos

Por: Pedro Leal

12/11/2018 - 17:11 - Atualizada em: 12/11/2018 - 22:08

O último dos grandes nomes da “era de ouro” dos quadrinhos, Stan Lee, conhecido como o rosto da Marvel e o criador do Homem-Aranha, faleceu nesta segunda-feira, em Los Angeles. Segundo o site TMZ, uma ambulância foi chamada para a casa de Lee na manhã desta segunda-feira. Lee foi levado ao centro médico Cedars-Sinai, onde veio a falecer. A causa de sua morte não foi divulgada.

Stanley Martin Lieber nasceu em Nova York em 22 de dezembro de 1922. Filho de imigrantes judeus da Romênia, cresceu com grandes ambições, almejando escrever “O Grande Romance Americano”,  termo para os clássicos imortais da literatura dos Estados Unidos. Na adolescência, trabalhou escrevendo obituários para uma agência de notícias da cidade e releases de imprensa para o Centro Nacional da Tuberculosa.

Entrou para a indústria de quadrinhos na antiga Timely Comics, atual Marvel, em 1939, como um assistente de edição, com ajuda do tio, Robbie Solomon, trabalhando como office boy. Seu trabalho na época era simples: garantir que os tinteiros estivessem cheios, que não houvessem erros grotescos e que os cafés estivessem às mesas. Seu primeiro trabalho como escritor viria em Captain America Comics #3, em 1941, com a prosa “Capitão América frustra a vingança do traidor!”, sob o nome artístico Stan Lee.

Em 1961, junto com Jacob “Jack Kirby” Kurtzberg, aproveitando a ressurgência dos Super Heróis iniciada pela DC Comics, Lee começava a grande revolução da Marvel comics – então focada primariamente em histórias de ficção científica e monstros gigantes – com a primeira publicação do Quarteto Fantástico, a primeira “Super Família”.

Nos anos seguintes, criaria personagens como Homem-Aranha e Doutor Estranho, em parceria com Steve Ditko, Pantera Negra, O Incrível Hulk, X-Men, Homem de Ferro e os Vingadores, em conjunto com Kirby, e o Demolidor, com Bill Everett. Durante a década de 60, Lee foi responsável por grande parte da produção da editora.

Na década seguinte, se tornaria “o rosto” da editora, embora tivesse parado de escrever mensalmente em 1972. Em anos mais recentes, Lee se tornou o centro de vários projetos frustrados. Nos primórdios do entretenimento para a Web, fundou a Stan Lee Media, um estúdio para desenhos online, em 1998, junto com Peter Paul – dez anos mais tarde, seu ex-sócio viria a processá-lo alegando que a empresa seria dona de todos seus personagens.

Em sua última década de vida, fez pontas em filmes da Marvel e algumas outras produções de super-heróis. Suas últimas criações originais foram Heroman, em 2009, em parceria com Tamon Ohta, e Karakuri Dôji Ultimo, em parceria com Hiroyuki Takei. Também escreveu uma série de releituras de heróis da DC, “Just Imagine” , em 2001, e apresentou o reality show “Who Wants to be a Superhero”, entre 2006 e 2007. Este ano, Lee encarou uma série de batalhas legais contra seus sócios.

Stan deixa uma filha, J.C. que teve ao lado de Joan Lee, falecida em 2017, após um AVC. Ao TMZ, J.C. disse: “Meu pai amou todos os seus fãs. Ele foi grande, um homem decente!”

 

Quer receber as notícias do Por Acaso no WhatsApp? Clique aqui!

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).