Menor cemitério do mundo? Capela com ossadas de crianças vira atração turística em cidade próxima a SC

Foto: Viaje Paraná/Divulgação/ND

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

23/05/2024 - 10:05 - Atualizada em: 23/05/2024 - 10:44

No topo de uma colina em Rio Negro, na divisa com Santa Catarina, encontra-se um dos pontos turísticos mais singulares do Paraná: o menor cemitério do mundo, registrado no Guinness Book Brasil em 1996. A pequena capela, erguida pelos moradores em 1929, é cercada por um muro com portão de ferro, situada em um minúsculo terreno de 19,25 m², contrastando com os espaços amplos.

Conhecido como Cemitério dos Anjos ou Capelinha, abriga ossadas de crianças falecidas prematuramente ou logo após o parto. Algumas mães ainda visitam o espaço, acendendo velas em sinal de respeito. Não há um registro exato do número de bebês sepultados ali, variando de acordo com relatos entre 40, 20 e até oito.

Foto: Viaje Paraná/Divulgação/ND

A preservação e valorização desses locais são fundamentais para a comunidade e para o turismo local, afirma a turismóloga da prefeitura de Rio Negro, Larissa Grein Becker. Atualmente, o cemitério está em uma área privada, porém acessível ao público, permitindo que devotos, turistas e curiosos conheçam e visitem o local. Além das cruzes em metal branco, há um espaço para velas e um altar com imagens de Nossa Senhora Aparecida.

A Capelinha é um dos atrativos turísticos rurais de Rio Negro, acessível pela estrada geral Campina dos Andrades. Para garantir uma visita guiada ao menor cemitério do mundo, basta entrar em contato com a prefeitura e agendar.

Foto: Viaje Paraná/Divulgação/ND

A tradição da capela remonta à década de 60, quando uma moradora, Leontina Weber, recém-casada, fez uma promessa para cuidar do espaço. Após seu falecimento em 2015, seu filho, Cesar Weber, assumiu a responsabilidade, mantendo viva a tradição. Anualmente, no Dia das Crianças e Dia da Padroeira do Brasil, ele realiza uma ação com os moradores, distribuindo brinquedos para as crianças da cidade.

“A prática passou de geração em geração graças à promessa da minha mãe. Há 40 anos reunimos a comunidade para rezar o terço no dia 12 de outubro e fazer uma festinha para as crianças. As gerações mais antigas presenciaram enterros e mantêm viva a memória do culto à capela, enquanto as novas gerações compreendem a importância histórica do local”, afirma Cesar.

*Com informações da Agência Estadual de Notícias do Paraná

Notícias no celular

Whatsapp

Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).