Más notícias, galera! O Maloka Lanches de Jaraguá do Sul vai fechar

Foto Renan Reitz/Por Acaso

Por: Elissandro Sutil

12/09/2018 - 09:09 - Atualizada em: 12/09/2018 - 09:43

Esse é um daqueles posts que a gente escreve pra vocês com dor no coração e os olhos marejados. Sentimos muito em dizer, mas o Maloka Lanches vai fechar! Com 31 anos de existência, uma das lanchonetes mais conhecidas de Jaraguá do Sul dá adeus ao seu público fiel neste mês de setembro.

Mas, calma, que ainda dá tempo de visitar a casa antes de fechar as portas, hein? A proprietária Margot Püttjer pediu para avisar que a gente tem até dia 22 de setembro de se despedir do espaço e de todas as delícias do cardápio.

“Estamos fechando por uma série de fatores. As coisas mudam e tem sido cada vez mais difícil se manter num momento em que as lanchonetes tradicionais têm ficado em segundo plano. Alguns aspectos pessoais também pesaram para essa decisão”, explica Margot.

Segundo ela, muita gente já tem comentado que vai sentir falta do local e o clima de nostalgia já começou para os clientes mais fiéis. “Teve gente que chegou a chorar de tão emocionado que ficou, pois gostam muito daqui”, diz.

E não é para menos, ao lado da mãe Winni – mais conhecida como oma Winni – ela tocou o negócio por muitos anos e, juntas, conquistaram tudo o que o Maloka representa para a história da cidade.

Oma Winni e Margot, as grandes mulheres por trás do Maloka há mais de 30 anos. | Foto Cláudio Costa/Por Acaso

Além disso, vamos combinar, vai ser difícil não sentir saudade dos tradicionais lanches do lugar. Sem falar no famoso quentão, servido só no inverno. As porções, então, já dão água na boca só de lembrar – a de alcatra é sem igual.

A especialidade da casa é o X-Maloka, que é daqueles lanches que a gente chama de “monstrão”. O pão acompanha hambúrguer, queijo, presunto, peito de frango em cubinhos, coraçãozinho, ovo, bacon, calabresa e muita salada! Serve até duas pessoas.

Margot ainda disse que vai sentir muita saudade de atender o pessoal e ver todo mundo se divertindo no espaço. E olha que teve até textão no Facebook pra começar as despedidas:

Afinal, por que ‘Maloka’?

Saiba que não é à toa que o Maloka apostou em uma bela decoração, inspirada na cultura indígena. No dicionário, a palavra “maloca” significa aldeia indígena, ou um grande espaço habitado por famílias indígenas.

Mas o nome também simboliza o começo de tudo: uma grande choupana, que ainda hoje fica instalada no meio do estabelecimento. 

Foto Renan Reitz/Por Acaso

Mais de 30 anos de história!

Três gerações da família Püttjer são responsáveis por construir uma bela história de sabor e tradição: Winni Modro Püttjer, Margot Püttjer e Rodolfo Püttjer – quem aí lembra quando ele foi eleito o melhor garçom de Jaraguá do Sul, em votação do leitores do Por Acaso em 2015?

Poucos sabem, mas a história do Maloka começou antes mesmo de ganhar este nome. Em 1985, Guido Püttjer e outros três amigos decidiram abrir uma choperia no terreno da sua família.

Então, eles construíram a grande choupana (aquela que hoje ocupa o centro do atual estabelecimento) que protegia as mesas onde sentavam os clientes. E tinha, claro, o famoso murinho em volta, que a galera usava para de apoiar e sentar também, enquanto bebia uma cervejinhas e encontrava o pessoal.

Mas os desentendimentos entre os sócios eram frequentes e, poucos meses depois, Winni Püttjer (mãe de Guido) comprou o estabelecimento, melhorou e ampliou a estrutura.

Ela alugou o espaço para um conhecido e, ali se instalou o “Green Space”, um local frequentado por jovens que costumavam ouvir rock e usar drogas. Por isso, o lugar passou a ser visto de forma ruim pelos clientes.

Para mudar essa visão do público, em 1987, Margot Püttjer e Jaime Schmitz assumiram a administração do local, que logo depois voltou para as m]aoes de Winni e o marido Heinz Püttjer (falecido em 2011, aos 82 anos). E, assim, o Maloka Lanches foi registrado em 1º de setembro.

Foi em 1980 que surgiu o famoso painel com a pintura de índios na parede do estabelecimento. Dois artistas que visitavam o espaço pintaram a tela tendo como inspiração a nota de mil cruzeiros.

Nos anos 90, passou por mudanças nas suas instalações e reforçou a sua clientela. Tanto é que pessoas importantes como políticos, policiais e artistas – inclusive visitantes de outras cidades – costumavam parar no local para fazer uma boquinha.

“Com o tempo o Maloka se transformou no que é hoje. Fomos juntando as coisas aqui e ali e resultou num lugar propício para acolher a todos”, explica Margot.

Uma coisa é fato: vamos sentir saudade e não vai ser pouco! Aos queridos Margot, Rodolfo e oma Winni dizemos um “até logo”, porque uma história assim não é fácil de esquecer!

Se você tem alguma história que aconteceu com você no Maloka, e pensa que vale a pena relembrar, manda pra gente nos comentários do Facebook! Vamos adorar saber e o pessoal da lanchonete também! 🙂

Foto Renan Reitz/Por Acaso

O Maloka Lanches fica na rua Walter Marquardt, 678, no bairro Barra do Rio Molha. Contato pode ser feito pelo telefone 3370-7222 ou também pelo Facebook.

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