Espetáculos de tirar o fôlego. Músicos, cantores e maestros renomados. Ambiente perfeito para a execução dos clássicos. Antes mesmo dos primeiros acordes, a atmosfera do Femusc (Festival de Música de Santa Catarina) já encanta. Um público ansioso aguarda o início da apresentação, que chega aos olhos e ouvidos com perfeição: tem a iluminação certa e é interpretada com emoção por orquestras e bandas. É o ápice de um trabalho organizado, rápido e metódico. Atividades dinâmicas e simultâneas cujo planejamento ocorre muito antes do primeiro dia do festival. Nos bastidores do Femusc, a precisão das tarefas executadas garante o sucesso da programação, dentro e fora do Centro Cultural da Scar.
Durante o evento, aproximadamente 100 pessoas se ocupam para que as engrenagens do festival funcionem perfeitamente. Uma delas é o arquivista musical Jean Guilmer, que também é músico e acumula experiências na organização em outros grandes eventos, como o Festival de Inverno de Campos do Jordão. O trabalho dele envolve aproximadamente 15 grupos por Femusc, como a orquestra sinfônica, sinfonietta e óperas.
Uma das atividades exercidas por ele e sua equipe diz respeito às partituras. Guilmer cuida de cada detalhe, como a escolha da editora, impressão de tamanho adequado, se está bem visível e se o corte está correto para o andamento da interpretação. “Por ser músico, eu me coloco no lugar de quem vai ler a partitura. Existe um ponto certo, uma contagem, porque o ato de virar a página não pode atrapalhar a execução da música”, explica. Hoje, ele carrega as partituras digitalizadas, mas antigamente as transportava já impressas. “Eram umas três caixas bem grandes só desse material”, revela.
O arquivista ressalta que o Femusc é um evento muito grande e variado, então é preciso conhecer todo o formato do festival e fazer um mapeamento de todo material necessário. “Eu preparo esse mapa e mando por Whatsapp, indicando onde cada coisa se encaixa no palco”, conta. Geralmente, ele não consegue acompanhar os espetáculos, mas garante que hoje à noite fará parte do público da ópera La Bohème. “Quero ver o resultado de todo esse trabalho”, antecipa.
DE LÁ PRA CÁ COM OS INSTRUMENTOS
Na parte instrumental, quem cuida de tudo é a coordenadora de instrumento e palco Suzana da Silva. A atividade envolve desde o empréstimo de instrumentos dentro e fora do Centro Cultural para o festival, até a devolução de cada item. “Eu que movo todo o instrumento que está dentro da Scar para a Católica, os pianos que vão para os hotéis; eu autorizo, sei onde eles estão, busco e coordeno uma equipe técnica na questão de palco: mapa de palco, montagem, horário de ensaio, se o ensaio mudou, onde ele está, quantas cadeiras, quantas estantes”, explica.
Apesar de executar a função há 12 anos, ela garante que ainda consegue se emocionar com o resultado. “ Nesta quarta-feira, a gente montou o Réquiem e quando a gente parou para olhar no celular – porque como estamos nos bastidores não vemos a frente -, e viu aquela montagem divina, foi emocionante. A gente se emociona, dá orgulho de ver como a gente fez aquela montagem em menos de dez minutos e ficou linda”, ressalta.
Segundo Suzana, a evolução do festival é algo muito nítido para quem trabalha por ele. “Fiz o primeiro Femusc junto com o Alex Klein sem experiência nenhuma. Nós não tínhamos equipe e de lá para cá, quando penso naquele início, vejo o quanto cresceu. É esplêndido! Para uma cidadã jaraguaense como eu, é glamour!”, declara Suzana.
PROGRAMAÇÃO
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