A francesa Jeanne Calment viveu 122 anos e 164 dias, falecendo em 1997 como a pessoa mais longeva já registrada. Este feito a garantiu um lugar no Guinness Book e alimentou debates científicos sobre o limite máximo da vida humana.
Posteriormente, um estudo publicado em 2016 na revista Nature apontou que 122 anos poderiam ser o limite da longevidade, mas a questão ainda é tema de controvérsia.
Enquanto algumas pesquisas sugerem que estamos longe de ultrapassar esse marco, outras defendem que não existe um teto biológico fixo para a idade.
Por exemplo, cientistas da Universidade Sapienza, em Roma, concluíram em 2018 que o risco de morte se estabiliza após os 105 anos, indicando que a expectativa de vida poderia se prolongar mais do que se imaginava.
O estudo liderado por Jan Vijg, do Albert Einstein College of Medicine, analisou dados demográficos globais e observou que o aumento da expectativa de vida estagnou nas últimas décadas. Segundo Vijg, as taxas de sobrevivência caem drasticamente após os 100 anos, e as chances de alguém viver além dos 125 anos seriam inferiores a 1 em 10 mil.
Entretanto, críticas surgiram quanto aos métodos utilizados na pesquisa, e estudos posteriores trouxeram perspectivas diferentes.
A demógrafa Elisabetta Barbi liderou uma análise baseada em 3.836 italianos centenários e constatou que pessoas com 105 anos ou mais têm riscos semelhantes de atingir o próximo aniversário, independentemente da idade.
Outras descobertas vão ainda mais longe, sugerindo que o corpo humano teria originalmente uma expectativa de vida natural de apenas 38 anos. Um estudo publicado na Nature em 2019 aponta que os avanços na medicina e mudanças no estilo de vida elevaram esse limite ao longo dos séculos.
Apesar dos avanços, a ciência ainda está longe de uma resposta definitiva. Por enquanto, o recorde de Jeanne Calment segue intacto – e talvez por muito tempo.