Loja dos clubes de mães de Jaraguá completa 15 anos com inovações comerciais

Por: OCP News Jaraguá do Sul

20/09/2017 - 13:09 - Atualizada em: 20/09/2017 - 16:50

Desde o final de agosto, um olhar mais atento permite constatar mudanças na loja da Associação dos Clubes de Mães de Jaraguá do Sul, que integra o Mercado Público Municipal. Ao completar 15 anos, a palavra de ordem é inovação. O espaço foi reformado e revitalizado: as paredes receberam uma nova pintura, com renovação das prateleiras, nichos e bancada, que passaram a ser mais atrativos e a oferecer peças diferenciadas. A preocupação em aquecer as vendas passou a nortear as ações da associação.

A mobilização envolveu dedicação e empenho das associadas, que colocaram a “mão na massa” para pintar, reformar, restaurar e dar uma nova aplicação a utilitários até então rústicos, como caixas de madeira usadas no transporte de banana. Lixados e pintados de branco, com rodinhas e apliques, os caixotes se transformaram em lindos e funcionais expositores, tanto para a vitrine como para a área interna.

Outra providência foi o conserto de parte do telhado e do forro. “Para essas reformas, investimos em torno de R$ 2 mil com recursos próprios”, enfatiza a vice-presidente da Associação de Clubes de Mães, Kátia Cilene Strelow Ruckert, 46 anos, atuante desde a fundação.

A associação congrega 56 clubes e reúne em torno de mil mulheres que colocam seus trabalhos à venda. “Queríamos trazer modernidade para a loja”, sintetiza Kátia. Ela se mostra satisfeita com o resultado, que transmite ao mesmo tempo leveza e colorido, em função da variedade de itens expostos.

Profissionalização do trabalho

O processo de modernização incluiu informações para orientar como cobrar pelos produtos. “Percebemos que muitas colocam peças abaixo do custo, ou acima do mercado, e não conseguem vender por estarem fora de preço”, constata.

Para orientar as associadas, foi ministrada uma palestra como o decorador e vitrinista Maurício Machado Ribeiro no Espaço Mulher, onde ele abordou aspectos importantes como acabamento, embalagem, vitrine, preço e formas de cálculo do mesmo. Também foram entregues manuais de organização sócio-produtiva do Programa Fazendo Renda, parceria entre o governo de Santa Catarina, Sine e Secretaria Nacional de Economia Solidária, que trazem planilhas para cálculos. “O ideal é que se consiga 50% de lucro para um produto bom, bonito e de preço acessível”, observa.

Cada associada paga taxa simbólica anual de R$ 12. Para cada produto vendido, 20% reverte à associação. Nas feiras, 10% fica com a expositora e 10% é repassado à Associação. Pelo espaço no Mercado Municipal, pagam R$ 200 de condomínio, mais as taxas de água, energia elétrica e telefone. Feiras e exposições temáticas sazonais, como a Osterpark, costumam atrair mais consumidores, atesta.

Variedade de produtos trazem histórias

São centenas de peças, como objetos decorativos, artigos de cama, mesa e banho, tapetes, bordados, roupas, em tricô, crochê, patchwork, assim como lembrancinhas. Dentre as novidades estão mochilas, bolsas, necessaires de tecido, peças revestidas em fibra de bananeira e porta-chaves em madeira, bastante procurados pelos turistas. Os preços ao consumidor dependem da peça, dos itens utilizados, tempo na confecção e mão de obra, a partir de R$ 2, como imãs de geladeira, até por volta de R$ 130, como trilhos de crochê.

“Aqui, todas elas trazem histórias, de combate à depressão, da autoestima que encontraram no artesanato, de superação de situações pessoais e familiares. Temos que valorizar muito essas mulheres”, salienta a vice-presidente da Associação dos Clubes de Mães, Kátia Ruckert.

A aposentada Maria Ana Mann Pereira, 76 anos, está entre as primeiras associadas. Com dois filhos, cinco netos e uma bisneta, é ligada ao Clube de Mães Hilda Baumann, que funciona em sala cedida na igreja luterana do Centro. Maria reconhece que produzir peças de crochê e bordado em fita não paga as horas de trabalho que reserva em casa para a atividade. “Faço mais porque gosto, pela satisfação pessoal. É uma maneira de me distrair”. Antenada nas novas mídias, conta com orgulho que já criou almofadas pesquisando no Youtube.

Reportagem de Sônia Pillon