Joinvilenses pelo mundo: conheça a designer de Joinville que dá aulas de mergulho na Indonésia

Foto Arquivo Pessoal

Por: Tanara Fagundes

04/11/2019 - 13:11 - Atualizada em: 04/11/2019 - 13:54

A Indonésia está atualmente em alta como um dos principais destino turísticos para quem quer curtir o mar e tem o sonho de fazer um mergulho no oceano Índico.

Foi justamente nesta ilha que a joinvilense Stefani Zanella fez morada. O interesse pelo país surgiu após Stefani passar uma temporada na Austrália e na Tailândia.

A joinvilense se formou em Design Gráfico em 2016 e, depois da graduação, decidiu buscar novos rumos. “Fui para a Austrália com o intuito de conhecer coisas novas e, principalmente, aprender inglês”, explica Stefani.

Quando fez um ano no país, Stefani decidiu mudar a rota e ir para a Tailândia. No local paradisíaco, ela descobriu sua grande paixão: o mergulho.

“Acabei decidindo ir para a Tailândia passar dois meses de férias visitando um amigo que estava fazendo um curso de mergulho. Eu não sabia nada de mergulho, mas ele me convenceu a fazer o curso básico e aceitei”, comenta.

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Após o curso, Stefani passou a residir na Ilha Ko Tao e foi se aprofundando cada vez mais na profissão. “Acabei fazendo amizade com mergulhadores e me vi entrando cada vez mais nesse meio, nesse estilo de vida”, conta.

“Fiz o curso avançado, o curso de resgate e depois fiz o Drive Master que é o primeiro nível para ser um mergulhador profissional. Daí acabei ficando. Era para eu ficar dois meses e voltar para o Brasil, mas curti tanto a experiência que transformei a ilha no meu lar”, comemora.

Completado um ano de Tailândia, Stefani voltou para o Brasil, mas o coração da joinvilense estava em outro lugar.

“Voltei para o Brasil e consegui um trabalho em Fernando de Noronha como mergulhadora. Trabalhei lá por três meses, mas como gostei mais da Ásia, acabei voltando para a Tailândia para fazer meu curso de instrutora”, lembra.

Foto Arquivo Pessoal

Ainda na Tailândia, Stefani teve a oportunidade de morar e trabalhar seis meses em um barco em alto mar. Após este período, a busca por novos desafios bateu à porta e levou Stefani ao seu destino atual: a Indonésia.

Busca por mais mudanças

“Como eu já queria mudar de país, comecei a procurar trabalho em outros lugares e achei essa vaga na Indonésia pelo Facebook. A empresa, em Komodo, queria um casal para gerenciar a escola de mergulho. Eu e meu namorado nos aplicamos, eles nos selecionaram e aí a gente foi para a Indonésia”, conta.

Para Stefani, a Indonésia se tornou um lar e fez a joinvilense mudar completamente o estilo de vida. “A minha adaptação foi boa porque eu me encontrei. Em Joinville, eu vivia muito no ritmo de cidade grande, de rotina, de trânsito e prédios. Não gostava disso”, lamenta.

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“Quando cheguei na Ásia e tive esse contato maior com a natureza, de morar em uma ilha, ser rodeada de mar, trabalhar embaixo da água… tudo isso fez a adaptação ser boa. Penso que era um sonho que nem eu sabia que tinha”, explica.

Em meio à vida simples, Stefani aprendeu que o necessário cabe, muitas vezes, em apenas uma mochila.

“Para você ter uma ideia, eu não tenho nem sapato, ando descalça o dia inteiro. Se me pedirem para colocar um sapato para ir em um evento mais formal eu nem tenho. Todas as minhas roupas são de segunda mão, tudo que uso cabe dentro de um mochilão”, brinca.

Diferenças e semelhanças

A diferença entre a cultura do Brasil e da Indonésia foi algo que chamou atenção da brasileira.

“O indonésio é bastante calmo, todo mundo é bem mais humilde, pobre e sem estrutura, especialmente onde moro. É um vilarejo bem tradicional, então a cultura ainda está muito enraizada”, conta.

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Outro ponto de destaque pela joinvilense é o apelo forte ao turismo, característica marcante da ilha. “Todo mundo tem uma pousadinha ou um barco que faz turismo”, conta.

As diferenças entre as prioridades dos indonésios fizeram com que Stefani mudasse o seu modo de enxergar a vida e passasse a valorizar as coisas mais simples.

“Aqui, eles não têm as preocupações que o pessoal costuma ter como trabalho, futuro ou o que vai acontecer amanhã. Aqui é um dia por vez e não vemos ninguém reclamando. Eles são bem sorridentes, bem felizes e qualquer coisa pequena que aconteça eles ficam muito agradecidos”, afirma.

Apesar das diferenças, as semelhanças entre Brasil e Indonésia também surpreenderam Stefani. Para ela, a felicidade do povo é algo marcante tanto no seu país de origem quanto no que residente atualmente.

Foto Arquivo Pessoal

“A natureza também é um ponto semelhante entre os países, a beleza natural, a simplicidade. Embora a cidade grande faça o brasileiro ser sempre cheio de tarefas e ficar ligado no 220, a simplicidade é algo semelhante”, contempla.

Na alimentação local, uma surpresa inusitada fez Stefani gostar ainda mais da Indonésia. “Aqui também tem tapioca, tem mandioca. Eu nunca tinha achado isso em outro lugar fora do Brasil”, comemora.

De olho no futuro

Sobre o futuro, a brasileira procura não fazer planos.

“Temos um contrato de trabalho aqui de dois anos. Já cumprimos seis meses desse contrato e temos ainda um ano e meio pela frente. Depois disso a gente não sabe. Não sabemos se vamos ficar aqui ou se procuramos trabalho de mergulho em outra ilha”, explica.

Despreocupada, ela complementa que se interessa muito por lugares como Fiji ou as Ilhas Maldivas. “Se for para mudar, a gente quer ir para um lugar melhor, com uma natureza ainda mais extraordinária do que temos agora”, visualiza.

Foto Arquivo Pessoal

Para Stefani, a única certeza é que voltar para o Brasil não é uma opção. “Voltar não está nos meus planos e eu não sei o que me faria mudar de ideia porque eu não me vejo mais na realidade que eu tinha no país e minha área agora não tem muito mercado”, comenta.

Em meio a mergulhos e pés na areia, Stefani procura viver o agora neste novo mundo que escolheu. “O próximo passo ainda está em aberto. Estamos vivendo cada dia sem nos estressar se não a gente não aproveita, não é?”, finaliza.

As belas paisagens e os mergulhos da joinvilense podem ser conferidos no perfil dela no Instagram.

 

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