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Jaraguá do Sul tem uma lei que proíbe queima de fogos, mas…

Imagem: OCP News

Por: Pedro Leal

03/01/2025 - 09:01 - Atualizada em: 03/01/2025 - 09:11

Por alguma razão não é cumprida. A prática de soltar fogos de artifício com estampidos persiste como um retrato sonoro do desrespeito coletivo, especialmente em um país como o Brasil, onde as legislações que restringem essa prática são frequentemente ignoradas. Apesar de alguns municípios terem avançado com leis que proíbem fogos ruidosos, a falta de fiscalização e a negligência da população transformam tais normas em meras formalidades, incapazes de prevenir os prejuízos causados a seres humanos e animais.

Os efeitos dessa poluição sonora são devastadores. Crianças e adultos autistas enfrentam crises intensas devido à hipersensibilidade auditiva, enquanto idosos e pessoas enfermas sofrem com o impacto físico e emocional do barulho. Para os animais, o sofrimento é ainda mais evidente: cães, gatos, aves e outros bichos entram em pânico, ferem-se gravemente ou até morrem ao tentar fugir do ruído ensurdecedor. Essa prática ultrapassa o limiar da diversão e se converte em um espetáculo de violência gratuita.

A defesa de tradições não pode justificar a perpetuação de um ato tão prejudicial. Soluções modernas, como fogos silenciosos, oferecem alternativas que preservam a beleza visual dos espetáculos pirotécnicos sem causar danos. No entanto, para que essa transição aconteça, é preciso mais que leis: é necessária uma transformação cultural e uma fiscalização efetiva. O silêncio é, neste caso, um símbolo de evolução e respeito. Persistir na cafonice do barulho é perpetuar o sofrimento.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).