Jaraguá do Sul acordou cinza na manhã desta quinta-feira, 30. Durante a madrugada, os bombeiros lutaram para conter as chamas que tomaram o edifício da rua Marechal Deodoro da Fonseca, na esquina com o Posto Marechal. O prédio, que abrigava um comércio e um hotel, ficará gravado para sempre na história da cidade como um lugar que movimentou os negócios e o turismo de Jaraguá do Sul.
Veja o depoimento que Loreno Hagedorn compartilhou no grupo “Antigamente em Jaraguá” no Facebook:
E foi-se o antigo Hotel Cruzeiro. Na Década de 1940, o gado chegava pelos vagões da RFFSA e eram descarregados num mangueirão ao lado da Estação Ferroviária, onde hoje temos uma autoescola e uma lavação. Este gado era deslocado em tropas pelos especialistas para Blumenau e a região do Alto Vale do Itajaí e, enquanto isso, os tropeiros se hospedavam no Hotel Cruzeiro. Na década de 1950, a maioria dos hóspedes ficava ali enquanto carregava seus caminhões na RFFSA para transportar as cargas para Blumenau e Florianópolis. Neste hotel, a gurizada da época levava suas namoradinhas para namorar um pouquinho. O hotel contava com um restaurante caseiro onde se comia uma comida simples, mas honesta. Com o incêndio, foi-se a história do “seu” Oscar e dona Rosa Lopnow Reutter, foi-se o primeiro emprego de Cecilia Zatelli, lavando roupa, arrumando e limpando quartos. O edifício pertencia a família de Carlos e Adélia Haas”.
Veja algumas imagens antigas do hotel que pegou fogo em Jaraguá:
A primeira, mostra Cecilia Zatelli, aos 17 anos, na janela de um dos quartos apreciando o movimento da rua.
Na segunda, aparecem, entre outros, Félix Reutter, o sobrinho da então proprietária, Rosa Lopnow Reutter.
Nesta, aparecem Odete, funcionária do Hotel, e Emi, filha da então administradora do estabelecimento. A foto foi tirada nos fundos do Hotel Cruzeiro, provavelmente entre 1940 e 1950.
Mais recentemente, o edifício também abrigou uma barbearia que era sucesso de público.
Uma das principais atrações era a cadeira de corte antiga que chamava a atenção pelo valor histórico e pelo ótimo estado de conservação.
Temos informações de que a cadeira foi salva durante o incêndio. Isso significa que ela ainda será usada por mais alguns anos antes de se aposentar.
Jaraguá do Sul perdeu um importante marco de sua história que ficará gravado para sempre na memória dos que viveram naquele tempo e nos registros que incentivarão os jovens a olhar para o passado com muito orgulho.