O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar a decisão sobre o possível retorno do horário de verão em até 10 dias. A declaração foi feita nesta quinta-feira (19) no Rio de Janeiro, após uma reunião com autoridades do setor elétrico. Assim, uma decisão sobre o assunto deve ser divulgada ainda em setembro.
Recentemente, o governo começou a avaliar a reintrodução do horário de verão como forma de economizar energia, especialmente devido à seca que afeta o Brasil. Silveira também mencionou que fatores econômicos devem ser considerados nesse debate. As discussões estão sendo conduzidas pelo Ministério de Minas e Energia, em colaboração com o Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O ministro ressaltou que a palavra final caberá ao presidente.
Consultas e recomendações
Um relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico sugere que a volta do horário de verão é viável e prudente, considerando o planejamento energético para os próximos anos. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revelou que os índices de chuvas estão entre os mais baixos registrados em 74 anos, aumentando a necessidade de atenção ao consumo de energia.
Em setembro, houve um aumento de 5% na demanda por energia, indicando um crescimento econômico. No entanto, Silveira afirmou que “não há risco de crise energética” no momento.
Divergências no setor
As opiniões sobre a eficácia do horário de verão variam entre os setores. André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), observa que a medida pode trazer benefícios para áreas como turismo e comércio, enquanto setores como a indústria e o agronegócio podem sofrer impactos negativos, pois a mudança de horário pode afetar a produtividade.
O horário de verão foi suspenso em 2019 durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tomou essa decisão com base em estudos sobre economia de energia e seus efeitos sobre a população.