Homem é condenado à morte por piratear série “Round 6” na Coreia de Norte, afirma emissora

Por: Pedro Leal

26/11/2021 - 10:11 - Atualizada em: 26/11/2021 - 11:04

Um contrabandista que levou cópias da série sul-coreana “Round 6” para a Coreia do Norte teria sido condenado à morte após autoridades flagrarem estudantes do ensino médio assistindo ao programa, segundo informou a “Radio Free Asia (RFA)”, sediada nos EUA.

Segundo a reportagem, o programa mais assistido da história da Netflix entrou no país pela China em pen drives. A pena poderá ser executada por um pelotão de fuzilamento.

Também segundo a rádio, um dos alunos foi condenado à prisão perpétua por ter efetuado a compra e outros seis foram sentenciados a cinco anos de trabalhos forçados. Já professores e outros funcionários da escola foram demitidos, podendo ser enviados a executarem serviços em minas remotas.

A lei norte-coreana “Eliminação do Pensamento e Cultura Reacionários”, aprovada em dezembro de 2020, proíbe o comércio e divulgação de filmes, música e livros no país. A lei busca a intensificar o afastamento da mídia da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

A mídia do regime de Kim Jong-un já havia usado a série como peça de propaganda, alegando que o K-drama mostra a “triste realidade” da Coreia do Sul, marcada por “corrupção e canalhas imorais” numa “sociedade desigual onde pessoas sem dinheiro são tratadas como peças de xadrez para os ricos”.

Em “Round 6” (Ojing-eo Geim, ou “Jogo da Lula”, no original), 456 pessoas endividadas ou com extrema necessidade financeira são convidadas para ingressarem numa competição de jogos infantis com um prêmio equivalente a R$ 208,8 milhões para quem vencer as seis brincadeiras propostas.

No entanto, quem perder torna-se “eliminado”, sendo imediatamente morto, em cenas de violência impróprias para o público infantil, de forma que a classificação etária foi estabelecida em 16 anos. O diretor e criador do K-drama, Hwang Dong-hyuk, confirmou que haverá uma segunda temporada.