O Grupo Ponto Ser Espaço Alternativo, de Jaraguá do Sul, está realizando uma série de apresentações do espetáculo “O Príncipe Atrasado” em escolas da rede municipal da cidade. Com direção de Paulo Almuas, a peça é uma paródia teatral de contos de fadas, que faz a releitura da obra de Cassia Leslie e Ricardo Dalai.
Paulo explica que a importância de “O Príncipe Atrasado” reside em sua desconstrução cômica e crítica dos estereótipos clássicos dos contos de fadas, atualizando-os para o contexto moderno. “A peça questiona o papel do príncipe como salvador e da princesa como ser passivo, introduzindo princesas que têm seus próprios planos e ambições, como governar o reino e ter carreiras independentes. Além disso, a obra aborda de forma lúdica temas como as mudanças nas relações sociais e a importância de novas perspectivas sobre o comportamento”, descreve.
De acordo com Paulo, a proposta da peça “é recriar uma paródia a partir de conhecidos contos de fadas, tais como ‘A Bela Adormecida’, levando a plateia a refletir acerca de alguns pensamentos enraizados em nós advindos dos costumes de outras épocas”.

A peça faz uma releitura do livro de Cassia Leslie e Ricardo Dalai | Foto: Reprodução
Pontos principais abordados na peça
• Desconstrução de estereótipos: desafia a ideia tradicional da princesa que precisa ser salva por um príncipe encantado, mostrando mulheres que são donas de suas vidas e de seus destinos.
• Atualização do conto de fadas: transforma os contos de fadas em uma paródia teatral, trazendo para o contexto contemporâneo a reflexão sobre personagens que estão no “tempo errado”.
• Novos posicionamentos sociais: apresenta princesas que querem estudar, trabalhar, governar e construir seus próprios castelos, sem depender de um casamento para isso.
• Crítica às relações sociais: questiona a natureza do atraso do príncipe, se físico ou ideológico, promovendo um diálogo sobre pensamentos e ideias ultrapassadas.
• Valorização da reflexão: por meio do humor e da sátira, a peça convida o público a refletir sobre o que é “normal” e o que se espera das novas gerações.
• Teatro como ferramenta pedagógica: demonstra como o teatro pode ser uma ferramenta eficaz para a discussão de questões sociais importantes, tornando o aprendizado mais leve e divertido.
O elenco é formado por Isadora Maniglia, Luiza Franco, Maya Ziolkowski, Vicente Carneiro, Vitória Rafaelli, Roger Sakaya, Alice Michalak e Enrico Almuas, de apenas cinco anos.

O pequeno Enrico, de apenas cinco anos, faz parte do elenco | Foto: Divulgação
Itinerário
O espetáculo já foi apresentado nas escolas Anna Töwe Nagel, Aberto Bauer e Albano Kanzler. As próximas apresentações serão nas escolas Ribeirão Molha, Loteamento Amizade e Waldemar Schmitz.
A realização deste projeto conta com apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Aldir Blanc, e da Prefeitura de Jaraguá do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Lazer (Secel) e Secretaria Municipal de Educação (Semed).