O dia 16 de novembro de 1995 tinha tudo para ser mais um dia normal por aqui: chuvoso, com aquele clima perfeito pra ficar em casa.
Mas, quem ia conseguir assistir novela ou simplesmente ir dormir enquanto uma das maiores bandas que o Brasil já viu fazia um showzaço no Estádio João Marcatto?
Muitos jaraguaenses devem lembrar, ou ter escutado histórias (não era lenda, viu?!) que os Mamonas Assassinas passaram pela cidade, há quase 29 anos, e conquistaram todo mundo com a simpatia e animação.
Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio não fizeram apenas o show, mas também jogaram bola com o pessoal no estádio e, supostamente, foram pra um boliche em Guaramirim depois da apresentação.
Pra falar um pouco sobre esse momento histórico para Jaraguá do Sul, nós conversamos com alguns leitores que foram no evento. Na época, a banda foi trazida pela casa noturna Notre Dame.
Bem diferente do que acontece hoje, tirar fotos e compartilhar no grupo de amigos não era tão fácil em 1995. Muitas pessoas comentaram no nosso Facebook que foram ao show, mas que não tinham máquina fotográfica ou perderam as imagens.
Kenia Neckel Correa é uma das fãs que ainda guarda as fotografias. Ela foi na apresentação e na passagem de som, onde tirou a maioria das fotos.
Kenia revela que também ganhou um CD autografado, que guarda até hoje. “As fotos são raras, não tinha celular”, diz.
Na apresentação, a banda teria tocado todas as músicas do álbum, que foi o único lançado oficialmente pelos Mamonas. “O legal foi que eu fui com meus filhos e hoje sou avô. Eles jamais vão esquecer”, aponta Sandro Schuenke.
Como o pessoal comentou, aquela noite foi bem chuvosa. “Chegamos em casa molhadas e sujas. Choveu muito, o gramado do João Marcatto virou um banhado”, comenta Rosana Floriano.
Alguns, conseguiram até levar uma lembrança dos cantores pra casa. Raica Rosário, por exemplo, estava bem pertinho do palco e pegou uma garrafa de água do Dinho.
“Também interceptamos a van deles, bem coisa de adolescente mesmo”, brinca Raica.
A galera ainda tem umas lembranças bem engraçadas daquele dia, tipo essa ó:
“Consegui ficar bem pertinho do palco. Nunca vou esquecer que, quando o Dinho cantou só de sunga, alguém gritou ‘que bunda boa’. Aí ele falou no microfone ‘bunda boa? Essa deve ser uma gíria da região’. Ele levava tudo na brincadeira”, conta Luzia Teresinha Gorges.
Elemar José, em uma postagem no grupo Antigamente em Jaraguá do Sul, comentou um pouco sobre a foto abaixo, dizendo que ela foi tirada durante a passagem de som no estádio João Marcatto, por volta das 17h.
“Minutos depois, o Dinho ganhou uma camisa do moleque travesso (Juventus) e vestiu por cima da camisa da Portuguesa. A mão que está atrás do Júlio segurando uma latinha de Skol era eu, e a fotografia foi feita pelo fotógrafo da Loss”, escreveu José.
O colunista e professor, Zeca Júnior (José Schmitz Junior), também estava lá trabalhando. Ele conta que os músicos atenderam todo mundo, jogaram futebol e fizeram muitas brincadeiras.
Zeca guarda como relíquia o CD autografado que ganhou deles, além de lembrar das risadas e irreverência do grupo. “Uma eterna lembrança”, declara.
“A loucura pelos Mamonas era tão grande, que na época, no lugar que mandei revelar as fotos, eles chegaram a vender sem minha autorização as imagens que eu tinha feito. Descobri isso quando fui na casa de um amigo e vi essas fotos num álbum que ele tinha”, revela Zeca.
Pelo visto, quem teve a oportunidade ir no show se divertiu bastante né?! Pode não parecer, mas já se passaram 29 anos desse momento lindo que a nossa cidade pode presenciar.