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Fóssil de dinossauro é encontrado após enchente no RS

Foto: Divulgação/Cappa - Rodrigo Temp Müller

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

17/07/2024 - 14:07 - Atualizada em: 17/07/2024 - 14:58

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) desenterraram um fóssil de dinossauro parcialmente exposto em um sítio fossilífero no interior de São João do Polêsine, na Região Central do Rio Grande do Sul. O achado, associado às enchentes de maio, foi coordenado pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da universidade.

Estima-se que o espécime tenha cerca de 233 milhões de anos, tornando-o um dos dinossauros mais antigos do mundo. As escavações duraram quatro dias e revelaram um dinossauro quase completo, medindo aproximadamente 2,5 metros de comprimento.

“Vão ser justamente esses fósseis que ajudarão a gente a entender a origem dos dinossauros. E esse aí é um deles, ele vai ajudar, certamente, a gente a entender um pouco mais sobre esse momento, porque ele está entre os dinossauros mais antigos do mundo”, afirma o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, que liderou as buscas.

O fóssil foi descoberto em uma região vinculada ao período Triássico, marcando o início da Era Mesozoica, quando os primeiros dinossauros surgiram após uma extinção em massa. Após os trabalhos laboratoriais, os pesquisadores planejam determinar se o espécime é uma nova descoberta ou se já era conhecido. Essa análise está programada para ser concluída ainda este ano.

Foto: Divulgação/Cappa – Rodrigo Temp Müller

“As características de alguns ossos fossilizados revelam que o material pertence a um dinossauro carnívoro do grupo chamado de Herrerasauridae (conhecidos no Brasil e na Argentina). Pelo que se pode observar, o espécime representa o segundo herrerassaurídeo mais completo do mundo já descoberto”, explica Rodrigo.

Além do esqueleto quase completo do dinossauro, os paleontólogos também encontraram fósseis de animais anteriores aos mamíferos, embora fragmentados, em municípios como Faxinal do Soturno, Agudo, Dona Francisca e Paraíso do Sul, na mesma região.

Impacto das chuvas na paleontologia

Apesar de as chuvas revelarem novos fósseis, elas também potencializam a destruição dos achados por conta da ação da água, do vento e do sol. Com isso, os materiais menores são os mais afetados, podendo ser revelados e destruídos em um mesmo período de chuvas.

A equipe revela que tem monitorado os sítios paleontológicos, após as enchentes de maio, em busca de fragmentos expostos. Veja abaixo as etapas desse processo:

  • Fóssil é encontrado;
  • Paleontólogos iniciam o trabalho de coleta (escavação que busca extrair um pedaço de rocha com todo o fóssil);
  • Material fóssil é transportado para laboratório;
  • Fóssil passa pelo trabalho de extração da rocha (com marteletes, bisturis e aplicação de resinas para garantir a resistência da peça).

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).