Num mundo onde papelão e cabeça de porco são ingredientes nobres de uma linguiça (é zoeira, galera), fomos até uma fábrica de pequeno porte aqui em Jaraguá do Sul, para ver como é feita uma linguicinha frescal de verdade, daquela boa “mermo”.
Não entendeu? Veja aqui a matéria do OCP Online sobre a Operação Carne Fraca da Polícia Federal.
Escolhemos a fábrica Jaraguá Embutidos e Defumados, para falar com o Everton Marques, o sócio-proprietário da empresa, sobre o as leis e a produção do produto. Ele explicou que a linguiça mesmo é feita apenas com carne, gordura e uma quantidade (permitida por lei) de produtos químicos que dão a longevidade ao produto, no caso, o prazo de validade.
Ok, mas carne de que? O Everton passou uma das receitas da empresa pra mostrar que não vai nada de cabeça de porco:
Linguiça de Carne Suína Campeira
– Carne suína sem pele (pernil)
– Cebola desidratada
– Noz moscada
– Pimenta
– Açúcar
– Alho
– Água
A intenção era mostrar a vocês todo o processo correto de produção bem de pertinho, mas nossa entrada não foi permitida, afinal tem toda uma roupa e higienização adequada para ter acesso ao local. Mas conseguimos registrar de longe. Dá só uma olhada no vídeo que a gente fez por lá:
VÍDEO
Em média, dependendo do processo de cada empresa, a linguiça tem um prazo de validade de até 60 dias, se bem refrigerada. Já o pacote congelado pode chegar a durar até um ano. Quem dá esse prazo são os fiscais, comentados ali no vídeo pelo Everton. São feitos testes e aí é definida a validade do produto.
Mas como saber se a linguicinha está boa pra comprar? Segundo Everton, é importante ver a coloração do produto, que tem que estar mais viva e não muito escura, e também analisar o odor, na hora de abrir o pacote, que não pode estar muito forte.
Aqui vai uma curiosidade pra quem sempre quis saber (tipo eu): a linguiça pode ter entre 10 e 15% de gordura.
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Ao todo, a empresa produz 350 kg por dia, uma escala de produção pequena em comparação às grandes empresas citadas na Operação Carne Fraca. A distribuição é estadual, vendendo para o Norte e Litoral do Estado. Por ser uma empresa de produção menor os valores são mais altos, chegando a uma diferença de até 30% dependendo do produto.
Everton explicou que a maior dificuldade, hoje, do setor é a variação do preço da matéria prima. “Uma opinião minha, claro, mas talvez por isso um frigorifico que produz em grande escala burle as leis; é uma forma forma de se beneficiar em meio aos altos custos. Mas não é nada correto”, comenta.
Alguns podem até ter se perguntado: será que algum dos fornecedores do Everton é uma das empresas da operação da PF? Não! Ufa! Ele garantiu que são fornecedores super corretos e até mesmo mais caros. Eles são de Rio do Sul e Sul do Estado.