Maristela Amorim a convite do OCP NEWS Florianópolis
Uma floresta autoral, construída a partir de memórias e invenções criativas, vai surpreender, já na chegada, os quem forem visitar a exposição Desterro Desaterro – comemorativa aos 70 anos do Museu de Arte de Santa Catarina MASC). A mostra abre dia 18, com obras estimulantes de mais de 80 artistas que participam com o mesmo propósito declarado de provocar o pensar sobre a atual produção contemporânea.
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O trabalho, assinado pelo duo O Tropicalista – formado por Marcelo Fialho e Marco D. Julio -, será exposto na antessala,transformando a área num espaço imersivo. E começa a tomar forma nesta quinta-feira, 12, quando eles promovem uma oficina gratuita e aberta ao público, lá mesmo. A partir das 17 horas os dois artistas estarão orientando a criação de folhas de plantas estilizadas, tudo com material de descarte, para serem aplicadas no teto, dando início ao processo de ocupação.
Segundo Josué Mattos, curador do MASC, esta será uma experiência para quebrar a formalidade e desertificação características. “Vai deixar de ser um lugar de passagem, se tornando um ambiente de densidade e estada”, celebra Mattos. E a expectativa é grande sobre o impacto que isso vai gerar.
“Nossa intenção é produzir no local uma nova topofilia, por meio do tensionamento entre as noções de pertencimento, permanência e hospitalidade”, explica Marcelo Fialho, valendo-se de um conceito da geografia para reestabelecer a relação das pessoas com o meio-ambiente, quando um espaço é transformado em lugar na medida em que se atribui a ele valor e significação. O parceiro Marco Julio, por sua vez, acentua que floresta é, também, palavra usada para indicar amontoado, aglomeração, ajuntamento, e até desordem, emaranhado. “Tem tudo a ver com o que a gente faz e vive”, pontua o artista.
Assim, a floresta inventada por eles remete ao próprio território criativo que compartilham como morada, estúdio, laboratório, galeria, lugar de conversas e encontros no centro de Florianópolis. Um pequeno mas instigante jardim interno incrustado no concreto exibe muitas plantas que se emaranham sobre móveis, objetos, esculturas, cobrindo as superfícies do chão ao teto. Parte deste acervo vai para a exposição, transportado para o MASC como base da instalação que mistura, ainda, matérias e outras plantas coletadas durante andanças de Marcelo e Marco pela cidade.
Para promover maior envolvimento e interação, além da oficina desta quinta-feira, está previsto um cronograma de atividades paralelas. Toda a programação será divulgada via redes sociais do O Tropicalista.
SERVIÇO:
Exposição Desterro Desaterro no Museu de Arte de Santa Catarina
Abertura: 18 de abril
Horário: 19 horas
Onde: Centro Integrado de Cultura (CIC)
Endereço: Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis – SC