O Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc) chega à sua 21ª edição em 2026 e abrirá a programação dos 150 anos de Jaraguá do Sul. O evento, que será realizado de de 11 a 24 de janeiro, no Centro Cultural Scar, recebeu 1.735 inscrições de 33 países e 22 estados brasileiros, o que significa um número de participantes 20% maior do que na edição passada.
Serão apresentados pelo menos 200 concertos gratuitos, incluindo os concertos sociais, realizados em lares de idosos, hospitais, shopping e empresas, que envolvem um público de mais de 30 mil pessoas. Nesta edição do festival também haverá apresentações na Praça Ângelo Piazera, na Via Verde e em Rio da Luz.
Novidade
Pela primeira vez, uma ópera brasileira será destaque da programação: Onheama. A obra, que tem duração de 1 hora e 20 minutos, reúne mais de 80 artistas no palco e será apresentada no Teatro Scar, nos dias 23 e 24 de janeiro. A direção é assinada pelo amazonense Matheus Sabbá, que retorna ao festival após atuar como assistente de direção na edição de 2023.
Compromisso com a educação e a cultura
“Ao anunciar mais uma edição do festival, estamos reafirmando o nosso compromisso com a educação, com a cultura e com a transformação social através da música”, afirmou Monika Hufenüssler Conrads, que já presidiu a Scar e hoje é diretora do Femusc.
Monika destacou que quando o Femusc nasceu, ninguém podia imaginar que teríamos em Jaraguá do Sul o maior festival-escola de música erudita da América Latina. “Hoje, nós somos referência internacional, respeitados por músicos, educadores e instituições culturais em todo o mundo. Somos mais um festival internacional do que nacional, pelos alunos que nós temos do exterior, uma vitrine global de novos talentos. Mas, talvez, o legado mais interessante é que a gente consegue fazer com que a música seja um projeto social de desenvolvimento. A música muda vidas e no Femusc a gente vê isso acontecendo. É maravilhoso que seja assim!”, declarou a diretora.

Monika Hufenüssler Conrads, que já presidiu a Scar e hoje é diretora do Femusc | Foto: Fábio Junkes/OCP News
“Um festival com essa dimensão precisa também olhar para o futuro, com estratégias, estrutura e sustentabilidade. O Femusc é e continuará sendo um projeto reconstruído ostensivamente”, disse, ressaltando que a coletividade e o voluntariado é que sustentam o evento. “E, para isso, nossa governança precisa ser cada vez mais forte e acessível a todos. Estamos construindo o Femusc do futuro, com seriedade e coragem. Um projeto desta magnitude não se faz sozinho e me cabe agradecer a todas as empresas que patrocinam, os apoiadores culturais, as organizações da sociedade civil que nos apoiam, instituições de ensino, profissionais da imprensa e todos que acreditam que investir em cultura e educação vale a pena”, disse Mônika.
A diretora citou o Femusckinho, que oportuniza o primeiro contato de crianças com um instrumento musical, com participação em oficinas de canto, e que se apresentam no palco dos grandes concertos, marcando a vida dos alunos com uma vivência que vai além da música, e o Femusc Jovem, um projeto de aperfeiçoamento que potencializa os aprendizados e conduz os alunos para uma possível vida profissional no mundo da música, dando a oportunidade para que eles continuem suas trajetórias e se desenvolvam cada vez mais como músicos.
Evento multicultural e diverso
O idealizador e diretor artístico do Femusc, maestro Alex Klein, reforçou que o festival é uma proposta educacional e cultural, que se expandiu para também ser social, turística, econômica, multicultural, diversa e internacional. “Este ano, nós tivemos uma inscrição, que foi aceita, da Macedônia do Norte, um país localizado no Norte da Grécia. Já tivemos alunos da China, da Coréia do Sul, da Malásia… são alunos que podem muito bem participar de festivais nos Estados Unidos, Canadá ou na Europa, mas vêm estudar música em Jaraguá do Sul. Alguma coisa eles encontram aqui que lá não tem”, declarou.

Idealizador e diretor-artístico do Femusc, Alex Klein, destacou o interesse dos jovens pela música | Foto: Fábio Junkes/OCP News
Alex comentou que faz enquetes com os alunos do Femusc sobre as obras que eles gostariam de apresentar no festival. “Invariavelmente, eles buscam as obras mais desafiadoras e mais brilhantes. Os nossos jovens querem mais e melhor, e nós estamos dispostos a ouvi-los e programar essas obras. Neste momento, temos mais de 200 concertos para programar”, informou.
O maestro também ressaltou que o festival envia alunos para estudar no exterior, citando o exemplo do violinista peruano Eduardo Rios, que foi aluno do Femusc durante a sexta edição do evento, e conquistou uma posição na Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker), uma das orquestras mais prestigiadas do mundo. Ele se tornou o primeiro músico peruano a conquistar um posto nos 140 anos da instituição.

Violinista Eduardo Rios, que foi aluno do Femusc, conquistou uma posição na Filarmônica de Berlim, uma das orquestras mais prestigiadas do mundo | Foto: Divulgação