18/12/2024 - 13:12 - Atualizada em: 18/12/2024 - 13:21
Estudantes de países africanos desembarcam em Jaraguá do Sul para o 20° FEMUSC
Entre os participantes das mais de 27 nacionalidades do Festival Internacional de Música de Santa Catarina (FEMUSC), 14 deles vêm de países do continente africano. Os jovens de Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe participam como estudantes da 20a edição do FEMUSC. Este ano, o evento apresenta mais de 600 obras em 200 espetáculos totalmente gratuitos. O Femusc acontece de 12 a 25 de janeiro, na SCAR, em Jaraguá do Sul (SC).
A vinda dos estudantes conta com esforço pessoal do idealizador e diretor-artístico do festival, maestro Alex Klein. Em outubro, o maestro organizou uma vaquinha para poder apoiar financeiramente os estudantes interessados em participar.
“Além de alguns alunos de Moçambique e do Quarteto de Cordas Stellenbosch, da África do Sul, que participaram do festival faz alguns anos, esta será a primeira vez que receberemos um número tão significativo de estudantes do continente africano “, afirma o maestro. “Um momento mais que esperado e importante para o incentivo à diversidade e à inclusão, missões fundamentais para o FEMUSC”, completou.
Dos 14 estudantes, quatro são mulheres. Jorgina Có da Silva e Milagre Antònio Cò, de Guiné Bissau; Yara de Carvalho e Carla Cutana, ambas de Moçambique. Todas são cantoras e farão aulas de canto com os professores do Programa de Ópera e Canto Lírico do Femusc, Celine Imbert, Ana Hasler, André dos Santos e Guenko Guerchev.
Dos 10 alunos homens, também participa das aulas de canto lírico, o moçambicano Alfredo Moisés Matine. Nas classes de percussão, estarão Wilson da Silva, Assimio Bari, Adulai Jaló, Alimo Djaló e Alseine Culubali, todos de Guiné Bissau. De Moçambique, Pierre Timbé fará aulas de contrabaixo; Moisés Cossa de violino; e Altino Munguambe, clarinete. O único representante de São Tomé e Príncipe, Clismar Carvalho, se inscreveu para as aulas de trompete.
20 anos
A 20a edição do FEMUSC trabalha mais uma vez com números superlativos. São integrantes de mais de 27 nacionalidades que irão, durante 14 dias, dividir a experiência e o palco em apresentações de música clássica, óperas e MPB.
Para o maestro Alex Klein, durante esses 20 anos, o FEMUSC tem cumprido o papel de mostrar a importância de se produzir festivais relevantes fora do eixo Rio-São Paulo, Buenos Aires, Cidade do México. “Quem vai à Alemanha, França, Inglaterra ou ao corredor leste dos EUA, observa que há casas de ópera, grandes conservatórios e grandes orquestras dentro de uma ou duas horas de viagem de qualquer ponto”, afirma Klein. “O que ocorre portanto na América Latina é uma constante separação intelectual entre as poucas cidades privilegiadas e vastas regiões onde jovens músicos literalmente estudam seus instrumentos observando vídeos de YouTube”, conclui.
Os espetáculos acontecem principalmente no Centro Cultural SCAR. Com capacidade para atender um público de três mil pessoas diariamente em seus cinco auditórios, a SCAR conta com 10 mil m2, distribuídos em seis andares. Todos os ambientes são climatizados, com investimentos para a melhor qualidade acústica e de iluminação cênica.
Uma parte das apresentações do FEMUSC também acontece em escolas, hospitais e penitenciárias. “Jaraguá do Sul fica totalmente envolvida pela música, serão duas semanas de muita arte, muita emoção. Não deixe de participar”, convida o maestro.
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Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).