A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (22), uma moção de repúdio dirigida às cantoras Madonna, Anitta e Pabllo Vittar, bem como ao governador Cláudio Castro (PL) e ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), em decorrência do show realizado na cidade no início do mês de maio. Os deputados Dr. Allan Garcês (PP-MA), Chris Tonietto (PL-RJ), Clarissa Tércio (PP-PE), Cristiane Lopes (União-RO) e Julia Zanatta (PL-SC) apresentaram o pedido, que foi aprovado por votação simbólica.
Embora a moção de repúdio tenha sido aprovada, ela não possui efeitos práticos, de acordo com a definição do Congresso Nacional, sendo uma forma de expressar a posição da Casa Legislativa diante de eventos que geram repúdio, louvor, apoio, entre outros sentimentos.
Em anos anteriores, moções de repúdio foram emitidas contra empresas como Samarco, Vale e BHP Billiton, após decisões judiciais relacionadas a suas atividades. Além disso, a ferramenta já foi utilizada em contextos políticos, como em 2019, quando os ex-ministros Paulo Guedes e Abraham Weintraub (PMB) foram alvos de requerimentos do tipo por declarações consideradas polêmicas à época.
No requerimento aprovado contra as cantoras, destacou-se o conteúdo considerado “nocivo” e com “forte viés erótico” da apresentação como motivo para o repúdio. O documento ressalta o “vilipêndio à fé da maioria da população brasileira” e expressa a indignação dos autores, manifestando o desejo de que eventos semelhantes não voltem a ocorrer, a fim de preservar os valores e a fé da população.
O show gratuito de Madonna atraiu um público estimado em 1,6 milhão de pessoas, segundo a Riotur, marcando o encerramento da turnê “The Celebration Tour”, que celebrou os 40 anos de carreira da cantora. Anitta e Pabllo Vittar também se apresentaram como convidadas especiais durante o evento.