Dia Internacional do DJ: 4 artistas de Jaraguá do Sul falam das curiosidades da vida atrás das pick-ups

Por: Elissandro Sutil

09/03/2016 - 13:03 - Atualizada em: 09/03/2016 - 16:35

E quem é que nessas noites afora já não curtiu e dançou ao som de um bom eletrônico? Os responsáveis por lotar as casas de shows com seus equipamentos de mixagem e as músicas do momento são os aclamados DJs. Você sabe o que essa palavra significa e o que realmente fazem esses artistas?

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O título DJ (deejay) surgiu da expressão “disc-jockey”, amantes da música que na metade dos anos quarenta começaram a fazer sucesso em meio ao cenário de paixão exclusiva pelo rock. O repertório? Valsa e dança de salão.

O inglês Ron Giggins é considerado um dos primeiros DJs da história. Em 1947 o sonoplasta montou uma “van” com equipamento de som embutido. Ele estacionava em frente à sua loja de discos e tocava as novidades da época para atrair o público. Um dia ele levou o equipamento a uma festa e popularizou seu trabalho.

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Ron Giggins ao lado daquela que foi a primeira cabine de DJ, a Diggola

O dia 9 de março é Dia Internacional do DJ, um dia dedicado a esses profissionais que fazem a alegria das noites da galera! Para celebrar esse dia, conversamos com quatro representantes jaraguaenses da categoria artística perguntando algumas curiosidades. Leia aqui, um levantamento com DJs de Jaraguá do Sul.


Eduardo “Macarrão” Agne

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Maca no comando!

Com mais de 30 anos discotecando, o DJ Maca sabe como não deixar a pista de dança parar. Seu forte são as festas temáticas anos 70 a 2000, com o bom e velho flashback. O tempo de carreira e conhecimento musical garantem um ótimo repertório.

– Quando começou e como?
Iniciei em 1978. Na época estava iniciando os trabalhos em rádio (como operador), a falta de grana para curtir as festas me levou a ser um daqueles que montavam e desmontavam a estrutura para a festa. Logo, por ser do rádio e o DJ para uma festa ter furado um compromisso, me pediram para tocar. Estou até hoje, mas foi uma longa jornada, me especializei fazendo cursos e me apaixonei pelo trabalho.

– Qual foi a festa mais memorável?
Muitas, mas gosto da recordação de uma festa corporativa onde estavam lá mais de 6 mil colaboradores. E, recentemente, a festa “As Véia do Véio” da 105 FM. Cada festa tem uma emoção diferente, mas a adrenalina é a mesma.

– Qual música tocaria em toda festa, se pudesse?
Sou muito eclético, mas prefiro mesmo os clássicos dos anos 80. Gosto de tocar as músicas mais comerciais, pois com elas sinto a energia da pista, onde os convidados soltam a voz e cantam os refrões das músicas.

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– Em qual festa do mundo gostaria de tocar?
Todas. Hehehehehe.

– Qual o melhor momento de uma balada?
É justamente naquele momento em que a música agrada a maioria. No refrão corto o som e todos cantam, me arrepio e emociono.

– O que um espectador não deve fazer?
Ficar pedindo música. Quebra as pernas do DJ. Se bem que vou preparado, meu acervo é bem eclético.

– Como você caracterizaria o DJ de Jaraguá do Sul?
Aqui temos grandes DJ’s. Os mais novos fazem cursos profissionais e começam também a ser produtores (criando seus próprios remixes). Os da antiga, com essa febre de anos 80, andam sendo lembrados com mais frequência. Mas sai na frente aquele que toca de tudo. Um grande lance que criei em parceria com a rádio que trabalho, Super Nova FM, é um programa que dá espaço para os DJs apresentarem seus trabalhos. O Super Nova Dance Club, vai ao ar todos os sábados das 19h às 20 horas, onde eu apresento e faço o primeiro set de meia hora e todo sábado tem um DJ convidado. Quem quiser participar, basta fazer contato através do e-mail macarrao@supernova.fm.

 


Eduardo Picoli

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Eduardo Picoli, à direita, integrando o Overseas Project

Jaraguaense de nascença, o empresário de 34 anos tomou outros rumos. Há 12 anos resolveu ir morar em Londres, onde descobriu o gosto pela música. Eduardo toca há seis anos, e encara a música como um hooby que deu certo. Resultado disso foi acabar tocando em baladas de renome mundial (Ministry of Sound, Pacha, SE1).

– Quando começou e como?
Comecei por vontade própria, sempre fui envolvido com a musica eletrônica e em 2012 apareceu oportunidade de tocar em alguns clubes/festas daqui (Londres).

– Qual a festa mais memorável?
Algumas, mas a mais marcante foi na Ministry of Sound, quando toquei na mesma noite que Paco Osuna e Ben Block.

– Qual música tocaria em toda festa, se pudesse?
Sempre gostei de tocar coisas novas, tem muita produção boa saindo todo dia. DJ bom é o que se renova e não fica na mesmice.

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– Em qual festa do mundo gostaria de tocar?
Gostaria de tocar na Awakenings (Bélgica).

– Qual o melhor momento de uma balada?
Quando você entra e aperta o play pra começar seu set.

– O que um espectador não deve fazer?
Festas estão elitizadas demais (principalmente no Brasil), acho que as pessoas têm que aproveitar o momento da festa pra dançar e esquecer o que está em volta. Talvez deixar o telefone de lado e aproveitar a música e as pessoas.

Eduardo em apresentação no club londrino Golden Bee

Eduardo em apresentação no club londrino Golden Bee

– Qual a diferença de tocar em Jaraguá e fora do país?
Toquei pouco em Jaraguá, mas conheço muitos DJs da cidade, acho que a maior diferença é que aqui as pessoas saem pra dançar e curtir música, não importa se você tem 18 ou 60 anos, se está de tênis e camiseta ou sapato e terno. Mesmo não sendo famoso ou tocando em clubes grandes, as pessoas que estão lá te apoiam e valorizam seu trabalho, o que é muito gratificante.

 


Patricia Lemos da Silva (Paty Lems)
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Em meio a uma grande lista de DJs homens, Paty Lems vem para dar uma cara feminina à profissão. Com 28 anos de idade, ela toca há 10 anos em eventos da região, casas de shows, festas e eventos.

– Qual a festa mais memorável?
A primeira festa a gente lembra sempre com carinho.

– Qual música tocaria em toda festa, se pudesse?
Não me prendo a musicas, sempre estou aberta a tocar com qualidade.

– Em qual festa do mundo gostaria de tocar?
Hoje tenho empresa focada em eventos sociais, casamentos, formaturas etc. Mas quado estava focada 100% em musica eletrônica, gostaria de tocar na Tomorrowland.

Tomorrowland é um festival de música eletrônica realizado na Bélgica

Tomorrowland: festival de música eletrônica realizado na Bélgica

– Qual o melhor momento duma balada?
Quando a pista está vibrando junto com o DJ.

– O que um espectador não deve fazer?
Faltar com respeito ao profissional.

– Como você descreveria o perfil do DJ de Jaraguá do Sul?
Esta resposta é muito pessoal de cada profissional, mas tem muita prostituição financeira nesta questão, no qual falta com respeito os profissionais que vivem deste trabalho.  Porém só sobrevivem no mercado os bons. Pois o trabalho do DJ é igual qualquer outro trabalho, olhando no ponto de vista de responsabilidade, horário, comprometimento, preocupação com o cliente, preparação do material a ser apresentado etc.

– Como é ser DJ mulher? Existe preconceito nesse meio?
Não vejo nenhuma diferença, acredito que a única coisa que favoreça o homem seja a força. Referente ao preconceito, até existiu no inicio, mas nunca dei bola, pois sempre vão existir mentes fechadas. Gosto de desafios e quando gostamos de algo devemos buscar conhecimento e acompanhar as mudanças, para vencer todas dificuldades e poder ser feliz, crescer, fazendo o que gosta. Assim, com amor e força de vontade, tudo dá certo ganhando então credibilidade no mercado.

 


Scharles “Xalinho” Eduardo Siewert

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Quem curte a vida noturna pela região certamente conhece o nome de DJ Xalinho. Hoje com 30 anos, Xalinho abraçou a profissão há 15 anos, animando casamentos, formaturas, desfiles, eventos empresariais e festas de todos os tipos, e para todas as idades.

– Quando começou e como?
Comecei em uma casa noturna chamada La Santidad  Bar. Os  criadores na época foram Adrianinho Yunkes e Cleiton Jantsch, pessoas que me deram o maior apoio.

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– Qual a festa mais memorável?
Foram Inúmeras festas memoráveis, desde ComBat a Big Bowlling – Casarão. Mas a que recordo até hoje foi o Casamento de Jerusa Pradi e Martin Moscovich, onde a festa amanheceu o domingo com uma energia encantadora, se prolongando até as 10h05 da manhã.

– Qual música tocaria em toda festa, se pudesse?
Groove Armada, Superstylin’!

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– Em qual festa do mundo gostaria de tocar?
Qual o DJ que não gostaria de tocar nos maiores clubes do mundo? Tenho muito interesse de levar o Phaser para uma apresentação no Green Valley ou na Space, em Ibiza. Estamos sempre inovando nossas técnicas e produções para que possamos atingir nosso objetivo de um dia chegar lá.

– Qual o melhor momento de uma balada?
Quando o clube atinge seu publico máximo e você dá a ele tudo o que há de melhor em música, tecnologia e efeitos, proporcionando uma noite memorável!

– O que um espectador não deve fazer?
Subir no palco sem autorização e vir falar ou tirar a atenção do DJ.

– Como você caracterizaria o DJ de Jaraguá do Sul?
Muitas coisas mudaram hoje. Vejo que a tecnologia ajudou na parte de mixagem por softwares e controladoras, mas muitos não se interessaram no quesito em mixagens em Toca Discos ou CDJs, onde você precisa encontrar ao vivo o BPM da faixa para fazer a transição de uma música para a outra. Não só na cena jaraguaense, mas também na mundial, acredito que muitos ainda não conhecem o feeling de virar uma música sem depender de um software.