Inspiração profissional: Filipe Luís conta as coisas mais legais (e mais difíceis) de ser um jogador de futebol

Por: Elissandro Sutil

08/08/2017 - 12:08 - Atualizada em: 29/08/2017 - 11:45

“Será que você não seria mais feliz fazendo outra coisa?”, provavelmente você já deve ter se perguntado algo parecido. A gente sabe que, por mais contente que esteja no que faz hoje, há sempre aquele outro trabalho que desperta uma espécie de suspiro dentro de cada um.

Foi desses momentos de repensar a vida que nasceu a série “Inspiração profissional”, aqui no Por Acaso. E trazemos para vocês, com muito amor, a segunda edição.

Desta vez, quisemos descobrir os detalhes da vida profissional de um jogador de futebol. E só pra não perder o costume, convidamos um jaraguaense para nos ajudar: Filipe Luís Kasmirski. Quem melhor que ele para apresentar esse universo dos campos verdinhos, das chuteiras e das redondinhas? 

Foto: Divulgação

A história dele começou nas quadras jaraguaenses, já jogou muito futsal por aqui. Nunca no time profissional, porque com apenas 14 anos ele migrou para o futebol de campo e foi jogar na base do Figueirense. E hoje? Ele tá desbravando esse mundão afora, jogando pelo Atlético de Madrid, na Espanha. Se liga:

As coisas bacanas de ser um jogador

1 – O dia de vitória do time
“Uma das melhores partes do nosso dia a dia é o dia de vitória em um jogo. O momento depois do jogo e no dia seguinte são realmente muito bons, porque o reconhecimento vem de todos os lados em todos os lugares. Afinal, muita gente estava esperando aquele resultado positivo. Nos faz ver que valeu a pena toda a tensão vivida durante a semana, e que cada um deu o seu melhor. E aí é o momento de relaxar aproveitar. É incrível!”, conta Filipe.

2 – Contribuir com o lazer das pessoas
“É muito gratificante poder proporcionar momentos de lazer para as pessoas, e o futebol é isso, uma atração que reúne as pessoas. É um momento de descanso e alegria para os torcedores. Nós treinamos e trabalhamos por horas pra poder ver ver as famílias juntas indo ao estádio nos prestigiar”, diz.

3 – Viajar pelo mundo
“Esse é um fator que pesa para os jogadores em geral, porque viajar muito e ficar por muitas horas dentro de um avião é cansativo mesmo. Mas eu gosto! Busco aproveitar esse tempo pra mim, assistir coisas que gosto, ler um livro… Sempre procuro fazer alguma coisa, e viajar pelo mundo foi uma das coisas mais maravilhosas que o futebol oportunizou. Conheci toda a América do Sul, e países como Austrália, China, Egito. Às vezes é corrido, mas vez ou outra temos a oportunidade de aproveitar para turistar”, relembra.

As coisas difíceis de ser um jogador

A gente acabou descobrindo que não são poucas as coisas difíceis em ser um atleta, mas vamos e venhamos, nenhuma profissão é fácil. Qualquer coisa que a gente escolhe fazer na vida tem suas felicidades e dificuldades. Vamos ver algumas delas?

Foto: Divulgação

1 – A fama pode atrapalhar
“A torcida é essencial, e é realmente muito bom ser reconhecido pelo que se faz, mas a fama pode ser um pouco cansativa em alguns momentos. Um exemplo é nos momentos em família, quando nós (jogadores) saímos para algum restaurante com amigos e familiares e as pessoas interrompem a todo o momento querendo fotos ou conversar. A gente acostuma, mas acontece”, comenta Filipe. E realmente deve ser bem cansativo, né, gente? Pode até tietar, mas tem hora pra isso! 🙂

2 – A cobrança no trabalho
Tá vendo? Não é só no seu trabalho que tem cobrança dos superiores. Toda profissão é prazerosa, mas ninguém cresce sem muito trabalho e dedicação. “No dia a dia de jogador, a gente vive todos os momentos do futebol, as alegrias, mas também a pressão. Somos muito cobrados para vencer, porque isso é bom para o time. A todo o momento tem gente cobrando nosso desempenho, dentro e fora dos campos”, explica.

3 – Ficar longe da família e de Jaraguá
Se por um lado viajar é sensacional, por outro ficar longe da família é doloroso. “Meus amigos e minha família estão aqui. Morei em Jaraguá muitos anos da minha vida e amo poder voltar pra cá, por isso sempre que acaba a temporada é a primeira coisa que eu faço é voltar. As pessoas aqui são incríveis, é uma região muito tranquila. Tenho muito orgulho de onde eu nasci, o povo aqui é trabalhador e batalham muito para conquistar as coisas. Admiro e me orgulho de todos daqui”, diz.

Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Dicas do Filipe

Quem imaginaria que o sonho dele era ser médico? Mas, no fim, o coração sempre bateu mais forte pelo esporte. Pode até parecer clichê, mas a maior dica dele é nunca – nunca mesmo – desistir dos sonhos. E isso tudo tem uma explicação. Se liga:

No começo eu nunca pensei que fosse dar errado. Comecei jogando futsal e fui evoluindo como atleta. Sempre sonhei em realizar meu sonho e eu nunca me preparei para que nada disso desse errado. Desde pequeno, em nenhum campeonato, eu fui considerado o melhor jogador, mas sempre fui persistente para chegar onde cheguei. Por isso, o negócio é sonhar alto mesmo, acreditar no sonho e apostar nele. Treinar muito e deixar o futebol te levar para onde for.

O que sempre incentiva Filipe a continuar é a paixão pelo esporte. “Gosto de assistir a jogos, e desde que eu me conheço por gente jogo futebol. Cansa? Com certeza, como todas as outras profissões, mas eu passo por cima disso e desfruto do que o esporte me proporciona. Analiso jogos, converso com os amigos…”, complementa.

Olha ele aí, desde pequeno em contato com o futebol. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Futuro em Jaraguá?

Claro que a gente nunca sabe o que o futuro nos guarda, mas a intenção de Filipe é continuar no futebol! Hoje, com 32 anos, ele prevê ainda uns quatro ou cinco anos como jogador, mas depois da aposentadoria os projetos ainda visam o esporte.

“Ainda não sei o que esperar, mas gosto muito de ver as crianças jogarem, evoluírem no campo. Isso é uma das coisas que eu sinto falta em Jaraguá, um futebol mais presente. Fico feliz pelo futsal ser assim, mas queria muito ver nossos times de futebol da cidade competindo em campeonatos nacionais nas séries de elite”, confessa.

Ele conta que, daqui pra frente, morar em um só lugar vai ser difícil, afinal ele tem amigos e negócios tanto no Brasil como na Europa também. Mas está preparado para voltar para cá, se for isso o que a vida reservar. “Seria ótimo voltar para cá também. Conheço cada cantinho dessa cidade e da região. Andei de bike por tudo durante a minha infância e, por isso, é sempre bom estar de volta”, finaliza Filipe.