Dia Nacional do Fusca: jaraguaenses mostram paixão e zelo pelo veículo

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Gustavo Luzzani

19/01/2019 - 05:01 - Atualizada em: 19/01/2019 - 05:41

De design singular, cheio de personalidade e simpático, o Fusca costuma despertar certa nostalgia. Paixão para muitos, esse veículo que hoje é xodó de colecionadores ganha mais destaque nesse fim de semana. O Dia Nacional do Fusca, comemorado neste domingo (20), evidencia a data em que o fusquinha completou 60 anos de fabricação no Brasil.

Com tanto tempo de mercado, o “besouro” marcou a vida e virou paixão automobilística de muitas pessoas no país e fora dele. Com 3,3 milhões de unidades produzidas no Brasil – no mundo foram 21,5 milhões de unidades -, o modelo é um dos mais vendidos de todos os tempos.

Do longínquo ano de 1959, até os últimos fabricados no México em 2003, o Fusca passou por importantes evoluções, mas nenhuma abalou seu carisma, pelo qual muitos jaraguaenses continuam apegados. Um deles é Valdoir Francisco Oss, 58 anos.

Em 1983, o aposentado comprou seu primeiro carro: um Fusca 1300, ano 1978. Após três anos com o veículo, decidiu vendê-lo para comprar um carro melhor, mas sua paixão pelo besouro nunca acabou.

Três fuscas na garagem

Desde 2005, Valdoir adquiriu três novos fuscas, cada um com sua particularidade. Com o vermelho, ano 1971, ele busca a preservação da história do modelo, por isso que todas intervenções feitas nele foram visando a recuperação da originalidade.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Já o bege é para viagens mais longas, e suas modificações vão muito além do aspecto visual, buscando mais conforto e segurança quando ele e sua esposa, Marli Fraron Oss, participam de encontros em outras cidades.

“O bege tem alternador, ignição eletrônica, som e rodas esportivas com pneus radiais”, destaca.

O amor de Valdoir pelo Fusca vai além de simplesmente andar com ele. O carinho é tão grande que o aposentado mesmo monta o veículo. Foi assim com o bege e agora ele está preparando o verde, adquirido em 2018 e que já ganhou o nome de “periquito”.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Valdoir tem 148 edições da revista Fusca & Cia, colecionadas ao longo de 12 anos. Mesmo com três fuscas na garagem ele não se considera um colecionador. “É o meu hobby”, diz.

Para o aposentado, o que mais destaca o besouro é sua simplicidade mecânica e facilidade de manutenção. “É aquele ditado: com um arame, um alicate e uma chave de fenda você não fica na estrada com o Fusca”, comenta.

A brincadeira de criança virou realidade

Foram 60 anos desde a produção do modelo que, embora não seja mais fabricado, ainda conquista o coração dos mais jovens, como Marlo Damasso, 20 anos. Ele conta que quando atingiu a maioridade não poderia ter ganho um presente melhor: um Fusca bege, modelo 1967, apelidado carinhosamente de “Vilma”.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Ele sempre foi apaixonado por fuscas, afinal, que criança não fica alegre quando vê um deles rodando na rua? Mas Marlo deu continuidade a esse sentimento e passou sua adolescência frequentando eventos específicos do veículo.

“Todos eventos são magníficos, você nunca vê um igual, todos têm sua personalidade e a paixão só aumenta por esses clássicos”, destaca.

Os bancos rasgados, forração do teto malfeita e demais defeitos que Marlo achou no Fusca foram todos renovados. Ele mandou fazer tudo novo em courvin e recentemente o carro ganhou um motor novo de e rodas alargadas na traseira. “Sempre estou mexendo”, relata.

Quando fala sobre os pontos que são mais apaixonantes no Fusca, os olhos do estudante de administração chegam a brilhar. “Sem dúvidas é seu design, as curvas da carroceria, sua simplicidade e robustez”, diz.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O estudante não esconde que seus amigos o chamam de louco, mas ele ama essa vida diferente da maioria dos jovens.

“É difícil ver pessoas da minha idade que tenham Fusca, pois que jovem trocaria um carro com ar condicionado, vidros elétricos e que não cheire a gasolina?”, questiona, bem-humorado.

Apesar de apreciar outros carros antigos, ele não pretende se desfazer da “Vilma”, nem agora e nem em um futuro distante. “Jamais trocaria. Espero fazer uma matéria daqui a 50 anos com ele ainda”, ressalta.

Um amor passado de geração em geração

A família de Alexandre Santos Sachet, 45 anos, tinha uma Fusca branquinho, modelo 1500. Foi nesse carro que o gerente comercial aprendeu a dirigir e com certeza vai lembrar sempre. “Era um modelo espetacular, lindo e completamente original”, recorda.

Apesar de trocá-lo por um carro novo, Alexandre foi influenciado pela cultura de manter veículos antigos e começou a frequentar encontros e exposições dos antigões. Obviamente ele resolveu adquirir um modelo similar ao que sua família tinha, em 2012.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

O gerente comercial ressalta que o besouro é único, por ser o modelo mais famoso, com maior número de unidades vendidas, o queridinho que nunca deixa de estar presente em qualquer momento.

“Esse veículo chega em qualquer lugar do mundo, como várias histórias já contadas por aventureiros”, conta.

Origem do nome

O Fusca recebe nomes distintos de acordo com cada país. Na maioria das vezes, o nome é algo que remete a besouro, por sua estética. Mas, no Brasil, a história é diferente. Os alemães pronunciam “fauvê” a abreviação da palavra Volkswagen, VW. Logo a palavra se transformou em “fulca” e depois virou Fusca.

 

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