Destinos entrelaçados: Vandoir e Janete celebram o amor no casamento coletivo de Brusque

Foto Divulgação/Prefeitura de Brusque

Por: Giulia Venutti

02/08/2019 - 16:08

Nada se compara com a sensação de poder ter um sonho realizado! Durante a vida, histórias ora se juntam, em outras se complementam. E há algumas que literalmente parecem e se tornam uma só.

Esse foi o caso do vigilante Vandoir Vilson Hoppen, 47 anos, e da costureira Janete Priebe, 43 anos. Da pequena cidade de Maravilha, no Oeste catarinense, o casal jamais imaginaria que o destino lhes reservaria momentos especiais em Brusque.

Janete era uma menina daquelas típicas de interior em décadas passadas. Tímida, controlada pelo pai, com horário regulado e que só conhecia um trajeto: da escola para casa (e às escondidas, ia para o campo ver Vandoir nas peladas de futebol). Na escola, ainda no primário, chegaram a ter algum contato, mas nada além.

Foto Divulgação/Prefeitura de Brusque

Um dia, Vandoir resolveu deixar a cidade natal, sem imaginar o interesse de Janete por ele. Tempos depois, foi a vez dela rumar para outro local. Enquanto o futuro marido partiu para São Paulo (SP), retornou para Maravilha e depois foi para Itapiranga, cidade a cerca de 150 quilômetros, Janete recebeu a proposta de um parente, amigo de seu pai, para começar uma nova vida em Brusque, onde vive há 20 anos.

“Eu trabalhava como pintora de móveis, mas a empresa faliu. Aí tive como opção trabalhar como costureira e já estou há 16 anos no mesmo trabalho”, conta.

Já Vandoir passou a trabalhar em um frigorífico em Itapiranga e acabou se casando com outra pessoa. Mas, depois de 23 anos de união, se separou da hoje ex-esposa. Eis que um dia navegando pelo Facebook, deu de cara com um semblante bem familiar. “Um dia o perfil da Janete apareceu para mim como ‘sugestão de amizade’ e resolvi adicionar. Assim que ela aceitou, começamos a conversar”, relata.

Foto Divulgação/Prefeitura de Brusque

Àquela altura, Janete mal imaginava que a solicitação de amizade, mais do que resgatar um sentimento da infância, daria início a um recomeço em busca da felicidade.

“Eu estava quase depressiva. Perdi a minha filha (acidente de trânsito) e o meu marido (vítima de infarto) em cerca de um ano. A casa que eu estava construindo com ele, minha ex-sogra tomou e não fiquei com nada. Mas aí ele apareceu. Logo na memória veio todo aquele passado bom e a gente se ajudou”, recorda.

Depois de décadas sem qualquer contato e de um mês de conversas na internet, os dois finalmente se reencontraram. O primeiro abraço, depois de anos, ocorreu na rodoviária de Blumenau. “Não acreditava que ele viria”, diz ela. Mas ele mostrou que realmente estava decidido. Vandoir não só veio, como só retornou para Itapiranga para pedir as contas. Neste mês de agosto, eles completam quatro anos morando juntos.

Depois de tantas idas e vindas, sorrisos e lágrimas, o casal só poderá realizar o tão esperado sonho de se casar por causa da oportunidade que encontraram em Brusque. “Eu sempre tive o sonho de casar, e, se não fosse o casamento coletivo, não conseguiria nesse momento. Só queremos ser felizes e passar o resto dos anos juntos”, diz Janete, entre sorrisos.

Mais do que “apenas” oficializar relacionamentos, o casamento coletivo, marcado para este domingo (4), data em que Brusque celebra 159 anos de história, traz a oportunidade de unir amores com roteiros marcantes e de tornar um dia comum, o dia mais especial da vida de um casal.