Oculta entre as montanhas da Califórnia, nos Estados Unidos, uma árvore solitária desafia o tempo. Com 4.853 anos, o pinheiro bristlecone conhecido como Matusalém é o ser vivo mais antigo documentado do planeta. Ele sobrevive em uma paisagem inóspita na Grande Bacia do Nevada, a quase 3 mil metros de altitude.
Seus galhos retorcidos reduzem o risco de quebra, e sua madeira densa a protege contra pragas. Além disso, mesmo quando parte da árvore morre, o restante continua a crescer, garantindo sua sobrevivência por milênios.
A localização exata da árvore é mantida em segredo para evitar vandalismo, uma lição aprendida após a destruição de Prometheus – outro pinheiro bristlecone que foi cortado em 1964 para pesquisa, apenas para se descobrir depois que ele tinha 4.862 anos, tornando-se, na época, a árvore mais antiga já registrada.
Rival
No entanto, seu reinado pode estar ameaçado. No Chile, um cipreste-da-Patagônia, apelidado de Gran Abuelo, pode ter superado essa marca com impressionantes 5.845 anos – embora a estimativa ainda gere controvérsia na comunidade científica.
O Gran Abuelo se ergue no Parque Nacional Alerce Costero, em meio a uma floresta úmida e temperada. Seu tronco de 4 metros de diâmetro impressiona visitantes e pesquisadores. Se sua idade for confirmada, ele poderá redefinir o conceito de resistência e longevidade na natureza.
Como saber a idade das árvores?
A longevidade das árvores é estimada principalmente pelo estudo dos anéis de crescimento. Durante as estações quentes, a madeira se forma com coloração mais clara, enquanto no frio os anéis escurecem, permitindo a contagem dos anos. Técnicas complementares, como a datação por radiocarbono-14 e o uso de radioisótopos, ajudam a aumentar a precisão das análises.
No caso de Matusalém, pesquisadores utilizaram brocas especiais para retirar amostras sem causar danos significativos. Já a idade do Gran Abuelo foi determinada por um método menos convencional, o que faz com que muitos especialistas ainda questionem sua real posição no ranking das árvores mais velhas do mundo.
Futuro das gigantes milenares
Mesmo sendo testemunhas vivas da história da humanidade, essas árvores milenares enfrentam desafios para continuar existindo. Enquanto os bristlecones são protegidos por seu isolamento, os ciprestes chilenos sofrem com o desmatamento e as mudanças climáticas.
Seja Matusalém ou Gran Abuelo o verdadeiro decano das árvores, uma coisa é certa: esses gigantes naturais nos lembram da incrível capacidade de resistência da vida e da importância da conservação ambiental para garantir que continuem de pé por muitos séculos mais.
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