Por: Heloísa Jahn
Após pouco mais de um mês de incerteza, o impasse com relação ao Fundo Cultural de Jaraguá do Sul teve fim. Literalmente, um fim.
Foi aprovado na terça-feira (21) o projeto que determina extinção do fundo Municipal de Cultura, a retirada do fundo do Sistema Municipal de Cultura e a destinação de R$ 1,7 milhão do fundo para a Secretaria de Administração.
Com isso, a classe artística da cidade entrou em luto e agora aguarda um parecer no Ministério Público referente ao processo ainda inicial de investigação do caso.
Para o escritor Carlos Henrique Schroeder, esse é um momento especialmente difícil para o setor na cidade. “Em pouco tempo extinguiram a Fundação Cultural e agora extinguiram o Fundo Municipal, que era o único fundo de apoio aos artistas locais, o único que possibilitava o repasse direto para a produção dos artistas. A cidade vai deixar de ganhar muitos projetos e, com certeza, é um retrocesso de pelo menos 20 anos”, avalia.
Schroeder acredita que outras medidas poderiam ter sido tomadas. “O discurso é de estar sem dinheiro, mas veja bem, se cortassem 10% do salário dos comissionados, já conseguiriam manter o fundo. O problema certamente não é de dinheiro, é de vontade e de entendimento da cultura. Para mim, é um erro histórico”, enfatiza.
Além de deixar de incentivar projetos culturais, na visão do idealizador da Feira do Livro, essa medida afeta diretamente a comunidade que deixa de consumir a produção artística local – onde eram contemplados 36 projetos por ano, que mantinham ações gratuitas – e também toda a cadeia produtiva artística sai perdendo.
Instituído em 2007, o Fundo Municipal de Cultura premiou 398 projetos de doze áreas culturais ao longo dos seis últimos anos (desde a implantação do primeiro edital). Um investimento que representou aproximadamente R$ 6,8 milhões.