Captação de órgãos: número de doadores diminui em Jaraguá do Sul

Por: Elissandro Sutil

24/11/2016 - 10:11 - Atualizada em: 24/11/2016 - 10:47

Os números de doações de órgãos em Jaraguá do Sul reduziram em 56% em comparação a 2015. Enquanto no ano passado foram 30 procedimentos, até novembro de 2016 o Hospital São José registrou 13 captações.

Foram 35 notificações de possíveis doadores de órgãos registradas na unidade este ano. O número representa quantos pacientes tiveram morte cerebral no hospital e estavam aptos a realizar a captação. Destes, 17 recusaram o procedimento e outros cinco não foram realizados por contra indicações.

A quantia é inferior ao registrado no ano passado, que contabilizou 49 casos e 30 doações, de acordo com dados da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do Estado de Santa Catarina (CNCDO/SC). O índice de aceitação ao procedimento foi de 61% em 2015, enquanto neste ano foi de 37%.

A queda dos números em relação ao ano passado está associada, segundo enfermeira e coordenadora da Central em Jaraguá do Sul, Raísa Oliveira, ao aumento de ocorrências graves que chegam ao hospital. “O perfil do paciente mudou”, destaca. Das 209 doações feitas em Santa Catarina, 114 derivam de acidente vascular cerebral (AVC), 45 de traumatismo crânio-encefálico (TCE), 29 de traumatismo devido a acidentes de trânsito e 21 de outras causas.

Outro fator que atrapalha a captação para os transplantes é a falta de informação sobre o assunto entre os familiares. “Fala-se pouco sobre isso, muitos não sabem que o parente que faleceu tinha esse desejo de doar e na hora da decisão acabam optando por não autorizar”, explica. Conforme Raísa, os órgãos mais usados no processo de transplante são os fígados, rins e córneas. Os doadores, nesse ano, concentram-se entre a faixa etária dos 50 e 64 anos.

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Hospital quer fazer transplantes

O Hospital São José encaminhou ao Ministério da Saúde uma solicitação de credenciamento para realizar operações de transplantes de órgãos. O processo foi aprovado em âmbito estadual e seguiu para Brasília há duas semanas, sem previsão de retorno até o momento. Na unidade, seriam transplantados fígados, pâncreas e rim. “A atual demanda estadual necessita de mais uma unidade que efetue o processo, e pela boa estrutura do São José, enviamos a solicitação”, comenta Raísa.

A nova UTI, inaugurada essa semana na expansão do hospital, serviria para comportar os pacientes dos transplantes. Uma equipe médica com especialistas em pré e pós operatório foi formada para o atendimento.

Fonte: Dyovana Koiwaski/OCP Online
Foto: Eduardo Montecino