Cadê meu R$ 0,01 centavo?

Por: OCP News Jaraguá do Sul

07/03/2017 - 09:03 - Atualizada em: 07/03/2017 - 10:05

Publicado originalmente em 23 de março de 2015

Hoje cedo encontrei uma matéria na Folha de São Paulo sobre um assunto que há muito tempo me intriga…por onde andam as moedas de R$ 0,01 centavo?

Apesar de o Banco Central ter parado de fabricar as moedas de R$ 0,01 em 2004, o que dificulta o troco de valores quebrados, muitas lojas ainda adotam preços que terminam em R$ 0,9.

Já tive diversas reações sobre a falta delas na hora de receber o troco: ora fiquei com raiva da balinha oferecida pelos caixas, ora exercitei a paciência e o desapego ignorando o fato de nunca recebê-las…mas a questão que nunca saiu da minha cabeça foi: por que diabos os comerciantes colocam preços como R$ 49,99 se NUNCA dão o mísero centavinho de troco?

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Obviamente estratégia de marketing, muitos responderão. “É pra causar aquele alívio psicológico no consumidor, que estará usando menos de uma nota de R$ 50 em uma compra.”

Agora eu pergunto de novo: por que diabos os comerciantes praticam esses preços sem garantir o troco correto (e muitas vezes fingem que nada aconteceu, nem oferecendo a tal da balinha…) sendo que a Lei obriga o arredondamento do valor para baixo?

Isso mesmo. Revoltados dos centavos como eu, uni-vos. Talvez a resposta para a pergunta seja o fato de que nós, consumidores, nunca brigamos por nossos direitos (por menores e mais insignificantes que pareçam) – e muitas vezes, nem os conhecemos.

Sua compra custou R$ 49,99. Você pagou com um nota de R$ 50 e o comerciante não tem R$ 0,01 de troco? Saiba que ele é obrigado a cobrar R$ 49,95 (caso tenha cinco centavos de troco), ou R$ 49,90 (caso tenha apenas moedas de dez centavos de troco) e assim por diante.

Segundo o ex-coordenador do Procon de Jaraguá do Sul, Luís Fernando Almeida, o órgão não recebe muitas reclamações por parte de consumidores que se sentem lesados em relação a essa prática. Segundo ele, se o arredondamento não acontecer, o consumidor pode acionar a presença de um fiscal do Procon para ir até o local.

“Além de contar com o Procon, o consumidor pode acionar a Justiça, mas aí é uma briga grande que pode custar muito mais que os centavos que não foram recebidos. Aí essa decisão fica com o cliente”, afirma.

Almeida explica que o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor ampara o consumidor nos dois casos: seja para receber o arredondamento para um menor valor ou recusar o recebimento de balas ou outros produtos ao invés de dinheiro como troco.

Se a briga parece ser pequena para muitos, eu digo que vale o debate nos dias de hoje.

Sabia que existem cerca de 2 BILHÕES de moedas de R$ 0,01 em circulação atualmente? Isso equivale a cerca de R$ 20 milhões de reais espalhados por aí… O que me faz refletir aqui que…

1 – dinheiro é dinheiro, não dá para menosprezar
2 – direitos estão aí para amparar cidadãos e deveres estão aí para serem exigidos
3 – quanto dinheiro você já deixou de poupar por ignorar seu troco?
4 – tem gente lucrando pra caramba com o troco alheio.