Fazer parte de uma das escolas de balé mais famosas e renomadas do mundo, não é para qualquer um. E quando se fala em Escola do Teatro Bolshoi, o que vem a cabeça é que além do talento para a dança, para fazer parte do espaço, também é preciso de muita dedicação e força de vontade para estar entre os poucos selecionados entre milhares que vão para a única filial fora da Rússia, que opera em Joinville.
Esse é caso da estudante e bailarina Júlia de Souza Bartsch, de 12 anos. Ela foi aprovada em março deste ano e mudou-se junto com a mãe, Adriana Medeiros de Souza Bartsch para Joinville. A bailarina é a única jaraguaense da sua turma de balé.
No início do ano a classe que Julia dançava tinha 20 alunas, entre elas somente a menina e mais uma bailarina eram de Santa Catarina, mas com o passar do tempo outras acabaram deixando a escola de dança e a turma terminou o ano de 2021 com 16 bailarinas.
“Eu fiquei muito feliz com a aprovação. No começo foi um pouco difícil, porque eu não esperava ser aprovada. Eu fiquei bastante assustada, porque ia mudar muita coisa na minha vida, mas os meus pais falaram que eu tinha que tentar e se eu não gostasse a gente voltava”, conta a bailarina.
Além de receber o apoio dos pais, a escola de dança da Scar, local onde Júlia dançava antes de entrar para o Bolshoi teve um papel muito importante durante todo o processo de seleção da bailarina. Incentivada pela professora de balé clássico, Andreia Velasco, a menina se inscreveu para as audições.
“A Andreia por três anos incentivou a Júlia a se inscrever no Bolshoi, ela via o potencial dela. Ela nos ajudou para gravar o vídeo da audição, pediu autorização para gravarmos na Scar. Para nós o papel da Scar e da Andreia foi muito importantes na vinda da Júlia para o Bolshoi”, conta a mãe, Adriana.

Foto: Adriana Reis
Rotina no Bolshoi
Desde março, a rotina de Julia, é dedica-se à Escola do Teatro Bolshoi, mas não apenas à dança. Júlia tem uma grade de horários com diferentes aulas que ela participa na escola. A garota possui um boletim que serve para acompanhar o desenvolvimento durante os anos de curso.
“Não tenho aula só de Balé, tenho aulas de várias outras matérias também, que conforme os anos vão se passando aumenta a quantidade delas. Duas vezes por semana eu tenho aula de ginástica, de yoga, de música, iniciação a pesquisa e dança popular histórica também”, comenta.

Foto: Adriana Reis
Antes de entrar para o Bolshoi a ideia de seguir a dança como carreira não passava muito pela cabeça da Júlia. Porém, tudo mudou a partir do momento em que menina foi selecionada para dançar em Joinville. A bailarina começou a pensar mais nessa ideia de seguir a carreia do balé clássico como profissão.
“Agora que entrei para o Bolshoi, comecei a pensar mais nesse assunto. Gostaria de me tornar uma bailarina profissional e seguir isso como carreira, porque é uma coisa que eu gosto muito de fazer e pode me dar várias oportunidades de conhecer o mundo. Eu acho isso muito legal”, pontua Júlia.