Talvez haja um certo excesso de otimismo perguntar se o dileto leitor percebeu a novidade na Praça das Águas, ao lado da Cidadela Cultural. Afinal, a má conservação daquele canto joinvilense não convida nem para um rápido passeio. Quem se aventurar, no entanto, verá o início de um esforço da Associação dos Artistas Plásticos de Joinville (Aaplaj) para reavivar o local.
Há alguns dias, restos de um maquinário da antiga Cervejaria Antarctica (foto no alto) – cujo galpão 13 serve de sede para a entidade – foram instalados sobre um piso de cerâmica perto da praça. Canteiros e vasos deram lugar ao mato que crescia, já pontuando a paisagem cansada. Ali, a entidade pretende criar o núcleo de uma feira de artes, cuja primeira edição está prevista para novembro.
Venda de peças de cerâmicas, telas, gravuras, obras conceituais, camisetas e canecas com estampas exclusivas, além de apresentações teatrais e oficinas, estão nos planos da organização.
“Recebemos nas exposições visitas de escolas, e os alunos não têm um local adequado para fazer o lanche e receber informações prévias, então esse espaço também foi pensado para isso”, ressalta Roseli Ritzmann, que integra o conselho fiscal da Aaplaj. “Esse projeto da feira já existe, fizemos uma em 2016, foi muito legal. A intenção dessa retomada é fazer no mesmo dia da feira do MAJ, formando assim um pequeno circuito de artes”.
Se a ideia vingar, pode ser o coroamento de uma temporada satisfatória para a entidade, que comemorou 35 anos em abril. Além de uma nova logomarca, ela ganhou uma biblioteca com recortes de jornais, atas de reunião, catálogos, livros e painéis.
Já o núcleo da gravura surgiu em 2015, quando um projeto aprovado no Simdec contemplou a associação com uma prensa para gravura. Porém, tanto a máquina quanto o espaço ficaram esquecidos, a não ser pelo artista Jan MO, que os estavam usando. Mas as coisas mudaram após uma oficina realizada recentemente por ele (foto acima).
“Surgiram artistas que ficaram apaixonados pelo processo. Eu sou uma que estou produzindo gravuras”, exulta Roseli. “Então resolvemos organizar os materiais, limpar a prensa, arrumar as mesas e espaços para desenvolver adequadamente o processo. No ateliê coletivo, o núcleo da gravura tem pelo menos oito artistas trabalhando. Também temos o núcleo do fogo, são ceramistas que fazem trabalhos maravilhosos. O espaço para pintura em tela também funciona lá, com uso diário” .