Quantas histórias não devem guardar as grossas paredes do Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Curupá, não é mesmo? E uma delas foi contada esta semana, pela repórter Heloísa Jahn, do jornal O Correio do Povo. A personagem é a corupaense Maria Terezinha Giacomozzi, que cresceu no local.
Aos 15 anos a corupaense deixou de lado o trabalho rural para integrar o grupo de empregados do Seminário. Na época, a adolescente trocou as brincadeiras da infância pelos cuidados de limpeza e cozinha do local, seguindo o mesmo caminho de seus irmãos que trabalharam por lá. Passaram-se 35 anos e hoje Terezinha tem impresso na pele o amor e a admiração que sente pelo local.
A tatuagem feita há cerca de dois anos traz a data 1º de abril de 1981, quando entrou no seminário, e a Cruz Deoniana, símbolo da congregação. “Esse lugar tem uma energia e um significado muito importante para mim. Nos momentos mais difíceis, o simples fato de estar aqui e rodeada por toda essa fé me ajudou muito”, lembra Terezinha.
Ela conta que sua família morava no interior de Corupá e um dos padres fez o convite para que ela e o irmão começassem a trabalhar no Seminário. Eles aceitaram a oportunidade e passaram a fazer serviços no local. Por cinco anos, Maria Terezinha morou no Seminário. Diariamente, lavava, cozinhava e limpava os ambientes por onde andavam padres e seminaristas.
Ela dá risadas ao lembrar que, como não alcançava a tampa da “grande panela” onde era feito o café, tinha que usar um banquinho para colocar a água para aquecer.
Maria Terezinha ficou longe do trabalho fixo no seminário por 12 anos, pois casou e começou a trabalhar em uma empresa, porém, não se afastou do local. Sempre que precisavam, ela ia trabalhar aos fins de semana e nos horários livres. Voltou a integrar o grupo de funcionários do local há 11 anos e, tão cedo, não pretende sair de lá.
Viu os corredores cheios de jovens estudantes, padres e religiosos que iam ao seminário para completar seus estudos ou reforçar sua fé. Hoje, acompanha a rotina dos padres que moram lá e dos visitantes que contemplam a beleza do espaço que não recebe seminaristas desde 2012.
“É difícil escolher o lugar que eu mais gosto aqui porque tudo é maravilhoso, tenho muito orgulho de trabalhar aqui”
Atualmente, ela é a funcionária mais antiga e conhece toda a estrutura como a palma da mão. Para ela, é um privilégio trabalhar em um local onde reforça diariamente a fé em Deus e onde contempla diariamente a beleza estrutural e ambiental.
Muito legal essa história, né? Quem sabe quantas mais já não passaram por aqueles antigos corredores, salas e outros ambientes? É de se encher de curiosidade, só de imaginar! 🙂
Fonte: Heloísa Jahn/OCP Online
Foto: Eduardo Montecino/OCP Online