Essa particularidade da Finlândia não se deve apenas ao bem-estar material, mas principalmente à qualidade de vida promovida por políticas públicas eficazes. Embora seja um dos países com a maior carga tributária, os finlandeses enxergam nos impostos uma forma de investimento coletivo, retornando em educação de qualidade, saúde pública exemplar, segurança e infraestrutura eficiente. Esse modelo contribui para uma sociedade com menos desigualdade e maior confiança nas instituições.
Na educação, a Finlândia se destaca com um sistema inclusivo e inovador, que valoriza a criatividade e o desenvolvimento integral do aluno, sem a obsessão por rankings e avaliações padronizadas. Professores são altamente capacitados e respeitados, refletindo a importância que o país atribui ao conhecimento como base para o desenvolvimento social. A valorização da arte e da cultura é outro pilar fundamental: festivais, museus, cinemas e centros culturais são acessíveis e incentivam o engajamento social e crítico.
No Brasil, por outro lado, a realidade é marcada por desigualdades profundas e falta de unidade social. Apesar de pífios avanços, o sistema educacional enfrenta desafios como falta de investimento, desvalorização dos profissionais da educação e ambientes escolares muitas vezes precários. A arte e a cultura, embora ricas e diversificadas, ainda não recebem o devido apoio institucional e popular, sendo muitas vezes vistas como secundárias, ou nem isso.
A felicidade finlandesa, portanto, não é fruto apenas de políticas econômicas, mas da construção de uma sociedade que prioriza o bem-estar coletivo. Para o Brasil, a lição que fica (e dificilmente será aprendida) é que a felicidade não reside apenas no consumo individual, mas na capacidade de investir na educação, cultura e cidadania, tornando o povo mais crítico e engajado. Tudo o que o establishment não quer por aqui, mas quer na Finlândia.