59 discos e contando: o músico de Joinville que usa o incomum para produzir loucamente

Por: OCP News Jaraguá do Sul

28/03/2018 - 09:03 - Atualizada em: 30/03/2018 - 08:55

Você pode não conhecer o Esmectatons, o que é bastante compreensível. É uma banda que não toca na rádio, não aparece na TV, é basicamente uma cria de estúdio e faz um som estranhíssimo, a léguas de distância de qualquer pop de FM. E também muito pouco provável que você saiba quem é Lucas Rossetti, o cérebro por trás desse projeto. Mas, acredite, poucos em Joinville produzem tanta música quanto ele.
De 2006 até hoje são 57 discos e dois EPs lançados, a grande maioria disponibilizados no Bandcamp do projeto. Há álbuns ainda arquivados e outros em produção. Lucas trabalha em material novo com outros músicos. Segundo ele, será menos “avant garde, beirando o popular. Pelo menos se comparado com o trabalho anterior”. Mas certamente não será algo tradicional.
– Meus trabalhos anteriores ou são muito minimalistas ou super-complexos na estrutura. Dessa vez, estamos chegando a uma versão mais pop, mas ainda é o Esmectatons – garante Lucas.

“Bene Gesserit Science”, “Cult of Dementia”, “TILT! How To Power Electronics”, “Heavy Metal Golgotha” e “Deformidade Jovial” são alguns dos incomuns títulos de discos lançados pelo Esmectatons. Os nomes acompanham o som produzido por Rossetti, com a ajudinha de músicos da cidade e amigos espalhados pelo mundo, especialmente no Japão, onde tem muitos fãs (alguns até contribuem com fotos e artes para capas de seus discos).
– Pode se dizer que 2/3 dos discos de estúdio foram  gravados com a banda tocando ao vivo, alguns com qualidade péssima, o que deixa ainda mais bagunçado pra alguém que quer se aproximar da banda. Chegar e escolher um trabalho que é quase inaudível. Nunca dei bola, porque meu foco nunca foi comercial – diz Lucas.
De posse de instrumentos, tecnologia, preferências musicais que vão do jazz ao grindcore mais brutal e um completo desapego por sonoridades convencionais, ele produz uma música experimental, “torta” e instigante, por vezes curta e grossa, em outras, suítes de 20 minutos repletas de sons alienígenas, quebras de ritmo e colagens. Por falar nisso, as edições físicas (e limitadas) dos discos usam esse processo artesanal, o que lhes confere ainda mais valor entre os seguidores.

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Publicação da Rede OCP de Comunicação