29ª Schützenfest de Jaraguá do Sul abre espaço para a inclusão

A animação dos amigos Jonathan Franco, Gabriel Rambo e Felipe Santos ao som das músicas típicas alemãs era de dar inveja a qualquer frequentador assíduo da Schützenfest. Vestindo trajes típicos alemães, o trio esbanjou alegria e mostrou que é bom nas coreografias, assumindo logo a “linha de frente” da plateia, em um dia especial para a Festa dos Atiradores.

Amigos Jonathan Franco, Gabriel Rambo e Felipe Santos | Foto Eduardo Montecino/OCP

Ao lado dos demais colegas, eles viveram a experiência de participar da Schützen diretamente do local onde a festa ocorre há 29 edições: no Parque Municipal de Eventos. O espaço abriu as portas ontem para receber as mais de 300 pessoas, entre usuários das Apaes de Jaraguá do Sul e Guaramirim, professores e familiares.

Espaço abriu as portas ontem para receber as mais de 300 pessoas | Foto Eduardo Montecino/OCP

Durante todo o dia, e divididos conforme o período que frequentam as instituições, os alunos puderam conhecer de perto toda a estrutura preparada para a festa e se divertir ao som da banda Pedra no Rim, além de acompanhar duas apresentações de dança. Os integrantes do grupo Sünnros Volkstanzgruppe, do Colégio Evangélico, dançaram três músicas acompanhados de usuários da Apae. Os integrantes do Centro de Convivência também apresentaram uma coreografia.

O pequeno Matheus de Oliveira, de oito anos, também se divertiu e foi um dos protagonistas da apresentação folclórica junto com o grupo de dança Sünnros | Foto Eduardo Montecino/OCP

Para Jonathan Franco ensaiar a coreografia e se apresentar para o público, além da apresentação para os amigos, foi uma experiência divertida. “Foi muito legal ir para festa e dançar com todo mundo”, diz. Conforme o orientador pedagógico Wanderlei Gessner, o objetivo era exatamente esse: fazer com que eles se sentissem parte da festa.

Objetivo era fazer com que eles se sentissem parte da festa, disse orientador pedagógico | Foto Eduardo Montecino/OCP

O orientador explica que os alunos participam de uma espécie de Schützenfest dentro da unidade há alguns anos, porém, a integração é maior no Parque. “Buscamos sempre fazer com que eles sejam inseridos na comunidade em todos os meios e a Schützen é mais uma possibilidade. Percebemos que seria importante para eles sentirem como é estar na festa, afinal são pessoas normais como qualquer outra que podem se divertir nela”, conta. Além disso, eles abriram a oportunidade para que os familiares participassem da festividade. “Muitos deles nunca tinham tido a oportunidade de vir para a Festa, então foi um momento especial e para o qual ficaram bastante ansiosos”, comenta.

Integrantes do grupo Sünnros Volkstanzgruppe dançaram acompanhados de usuários da Apae | Foto Eduardo Montecino/OCP

Família acompanhou de perto a diversão

A voz embargada e os olhos brilhando eram acompanhados de um largo sorriso, que transmitiam sentimentos difíceis de explicar em palavras. Atentos a cada passo da coreografia, os pais da aluna Bruna Pereira, ao lado dos padrinhos, compartilharam com a jovem a alegria da apresentação junto ao grupo folclórico. “É muita emoção, difícil até de definir porque a gente vê que existe realmente a inclusão e a preocupação dos funcionários que vai além do profissionalismo para trabalhar com esses jovens, crianças e adultos. É muito amor, um amor que transforma”, disse a mãe da garota.

Os dois contam que a família sempre prestigia Bruna nas atividades e eventos que participa e na Schützenfest não poderia ser diferente. “É um momento importante para eles estarem aqui na festa e na Apae percebemos a inclusão de verdade. Todos são bem aceitos, não existe distinção independente da deficiência que venham a ter”, defende a mãe. Para Bruna, o momento foi de alegria ao lado dos amigos. Vestida à caráter, ela encarou um dia inteiro de festa já que se apresentou no período da manhã e tarde. “É muito legal porque a gente que anima o público com nossa apresentação”, disse orgulhosa.