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WEG 59 anos: resiliência e diversificação de portfólio fizeram da WEG uma das empresas mais valorizadas na crise

Divulgação/WEG

Por: Pedro Leal

16/09/2020 - 05:09 - Atualizada em: 16/09/2020 - 10:34

Mesmo com a queda nos investimentos mundiais em bens de capital causada pela pandemia do novo coronavírus, a WEG surpreende: a empresa está entre as companhias que mais cresceram no país.

A resiliência dos negócios, o real desvalorizado e um portfólio diversificado foram essenciais para o sucesso da WEG em meio à crise econômica global de 2020, conta Paulo Polezi, diretor de finanças e relações com o investidor da empresa.

A WEG registrou no segundo trimestre do ano um lucro líquido de R$ 514,4 milhões, uma alta de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar da crise econômica do país.

A gigante jaraguaense divulgou os resultados do segundo trimestre de 2020 destacando as conquistas tanto em negócios nacionais quanto internacionais. Os resultados tiveram reflexos no valor acionário da empresa, que cresceu 91,62% no ano e 155% desde o início da pandemia.

Abrindo o ano a R$ 35,24, as ações da WEG caíram a R$ 26,47 em março, em meio à queda massiva das ações na Bovespa, e desde então subiram de forma estratosférica, chegando a R$ 69,95 ao final de julho.

Foto Divulgação

Segundo a empresa, o resultado veio em função da resiliência nos negócios de ciclo longo e o real desvalorizado para exportações – com dólar passando da marca dos R$ 5 – o que atenuaram os efeitos da pandemia de Covid-19 nos resultados da companhia.

No entanto, a empresa frisa que não é possível afirmar que a crise foi superada, pois, ainda há incertezas em relação à recuperação econômica dos países onde atua, e possível segunda onda global de contágio pelo coronavírus podem impactar seus negócios nos próximos meses.

Segundo Polezi, é preciso frisar que, em vista da alta de 37% na cotação do dólar na comparação com o ano passado, é preciso reconhecer que a empresa teve uma queda no faturamento internacional.

“Tivemos uma alta de 23,2% no faturamento externo, o que com a alta do dólar, na verdade, significa uma queda nos negócios, em razão do momento que o mercado global passa”, explica.

Adaptação em momentos difíceis

Segundo Polezi, o segundo trimestre de 2020 foi marcado por um baque – abril teve queda de até 50% em alguns produtos – e uma recuperação gradual, mas firme dos negócios.

Enquanto os produtos de ciclo curto fecharam o período com queda média de 20%, nos bens industriais de ciclo longo houve um aumento consolidado de até 33%.

“Nossa carteira de equipamentos de ciclo longo, em conjunto com a agilidade nos ajustes operacionais e o impacto positivo da variação cambial, mais do que compensaram até o momento as dificuldades impostas pela pandemia, que causou impactos negativos importantes em parte dos nossos negócios”, afirmou a empresa em comunicado.

A receita operacional líquida registrou uma alta de 23,7%, passando para R$ 4 bilhões, com o retorno sobre o capital investido (ROIC) passando a 21,6%, contra 18,4% um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou R$ 732,2 milhões de reais, um avanço de 36% frente ao mesmo período de 2019. A margem Ebitda teve aumento de 1,7 ponto percentual, para 18%.

Divulgação/WEG

Segundo a empresa jaraguaense, a pandemia teve maior impacto na demanda de equipamentos de ciclo curto, nas áreas de Motores Comerciais e Appliance, Tintas e Vernizes e também Motores Industriais, cuja retração de volumes foi similar no mercado brasileiro e no exterior.

O período também foi marcado pelo início de operações da WEG para a produção de ventiladores pulmonares, contribuindo para o aumento do faturamento. “Mas isso tem efeito temporário”, explica Polezi.

“Diferente da produção de ventiladores pulmonares, a produção de álcool em gel não entrou para o faturamento, pois foi uma iniciativa em caráter de doação”, conta.

“Há a possibilidade de darmos seguimento a estas produções caso haja necessidade no combate à pandemia, mas não está em nosso plano de negócios”, frisa.

A empresa tem feito investimentos em inovação e em indústria 4.0, com várias aquisições no setor nos últimos meses, além de participar de vários projetos de eletrificação de veículos – incluindo um voltado à área aeronáutica.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).