Voluntariado em Jaraguá do Sul: impacto no desenvolvimento social e econômico

Entidades que incentivam o voluntariado ajudam a desenvolver o município em todos os sentidos | Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

28/08/2018 - 05:08 - Atualizada em: 28/08/2018 - 09:39

Ações sociais, assistencialismo, pautas para o desenvolvimento local, saúde e educação. Organizações de voluntários e ativistas filantrópicos tem envolvimento em todos os aspectos da sociedade, e contam até com uma data para celebrar seu papel no cenário brasileiro: o Dia Nacional do Voluntariado, que ocorre nesta terça-feira (28).

Para dar destaque à ação de voluntários e entidades de ação social, o Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas) sedia o painel “Voluntariado: a transformação que a sociedade precisa”. O evento é uma iniciativa do Núcleo de Sustentabilidade Corporativa da Acijs (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul) e Apevi (Associação das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedor Individual do Vale do Itapocu).  Participando do painel estão as ativistas Marcia Luzia Dalmarco, da Associação Amigos de Autistas, Fabiana Fausel Koch, do Rotary Club, e Eluza Fabiana Pavanello, da Paroquia São Sebastião.

O evento terá mediação do presidente da Acijs, Anselmo Luiz Jorge Ramos.

Membro do Rotary Club de Jaraguá do Sul, a coach Fabiana Sausel Koch destaca o papel emocional do voluntariado. “A partir do momento em que você decide se dedicar a alguma coisa que vai para além do ‘seu umbigo’, você gera muita energia positiva e isso se reflete em quem recebe o seu trabalho”, conta.

Segundo o Secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Jaraguá do Sul, Domingos Zancanaro, a importância destas entidades vai além de suas contribuições sociais. “Elas desenvolvem um trabalho comunitário, cultural e social. Mas vão além disto com as promoções de eventos, que promovem o desenvolvimento econômico”, explica.

Ele destaca que não só as associações de voluntariado têm um papel importante no planejamento a longo prazo do município. “Até as associações comunitárias estão neste contexto, pois ajudam no planejamento urbano como o plano diretor entre outras leis que induzem o desenvolvimento econômico da cidade”, conta.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade Corporativa da Acijs e da Apevi , Bruna Marcella, o voluntariado é uma peça fundamental para estimular a cultura de desenvolvimento sustentável.

“O voluntariado traz benefícios tanto para a sociedade em geral como para o indivíduo que realiza tarefas voluntárias. Ele produz importantes contribuições tanto na esfera econômica como na social e contribui para a uma sociedade mais coesa, através da construção da confiança e da reciprocidade entre as pessoas”, afirma.

Voluntários dão conta das carências públicas

Segundo Fabiana, o engajamento de entidades pelo interesse coletivo ajuda a estimular o desenvolvimento econômico e a combater a inércia do estado ao focar decisões que seriam mais lentas sem a ação de entes privados. “Pensa se não tivéssemos o trabalho do voluntariado, se ficássemos só esperando o governo tomar as decisões”, diz.

Em Jaraguá do Sul existem bons exemplos desse trabalho. Os Bombeiros Voluntários atuam há 50 anos no atendimento de situações de emergência, a Rede Feminina de Combate ao Câncer oferece exames e tratamentos gratuitos à mulheres, a AMA (Associação dos Amigos dos Autistas) dá conta da manter profissionais para o suporte a autistas, entre outras inúmeras entidades.

Conforme um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), cobrindo o período entre os anos de 2013 e 2015, o Brasil faz um investimento notoriamente pequeno no setor: foram apenas US$ 88 milhões em doações filantrópicas no país. O Brasil figura em 75º no ranking de caridade da Charities Aid Foundation (CAF), em meio a 139 países.

Algumas ações de entidades como o Rotary agem nos dois eixos, a exemplo de brechós de caridade. “Além do reaproveitamento e do combate ao desperdício, eles são muitas vezes uma oportunidade para quem não tem condições de comprar poder fazer aquisições com seu próprio dinheiro, o que aumenta a auto-estima desta população”, explica Fabiana.

De acordo com um estudo do  Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) publicado em 2015, a maior parte dos recursos destinados para organizações de voluntários, caridade e ações filantrópicas tende a se focar em causas diretas: 40% são voltadas para hospitais e campanhas de saúde, 36% para crianças e 29% para combate à fome e à pobreza.

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