Vicente Donini fala sobre jornada empreendedora na ExpoGestão

Por: Pedro Leal

29/06/2023 - 11:06 - Atualizada em: 29/06/2023 - 11:25

“Eu vivo intensamente a vida que Deus me dá, cuidando do corpo, da mente e da alma.”

Com essa afirmação, Vicente Donini falou sobre a trajetória no empreendedorismo na ExpoGestão 2023, mais importante evento corporativo do Brasil, que acontece em Joinville. Presidente do Conselho da Marisol, presidente da Santinvest, fundador e presidente da Vinícola Vivalti, o ex-presidente da Acijs e membro do Conselho Superior da entidade, o empresário resumiu sua jornada, iniciada aos 12 anos de idade.

“Meu pai me perguntou, assim que concluí o ensino primário, se queria continuar estudando ou preferia trabalhar. Escolhi trabalhar, e fui pintar cercas em Jaraguá, minha cidade”, disse Donini, que em 2021 foi agraciado com a Medalha do Mérito da Indústria, concedida pela Confederação Nacional da Indústria e reconhecida como a maior honraria do setor.

Na palestra, Vicente falou dos caminhos até se tornar um dos mais importantes líderes da indústria catarinense e ativo participante do voluntariado em Jaraguá do Sul e no estado. Do primeiro emprego, numa gráfica, aos 14 anos, seguiu em 1958 para ingressar no antigo Banco Inco, trabalhando em diversas funções. Depois, em 1961, participou da criação da WEG, onde entrou em 63, como diretor.

Saiu em 1991, para assumir a presidência da Marisol, empresa fundada pelo irmão Pedro. Sucedeu-o, em 2008, o filho Giuliano, permanecendo Vicente no Conselho de Administração. Em 2015 fundou a Vinícola Vivalti, sua principal ocupação hoje, aos 80 anos, além de assentos em conselhos administrativos de algumas empresas.

Objetivo e jornada

“Ter um objetivo, um norte “, diz Donini “é muito importante; porém, o que conta é o caminho, a jornada, as pessoas que estão a nosso lado, os recursos de que dispomos, os erros, os aprendizados…”

Entre esses aprendizados, o empresário destaca saber a hora de mudar: “Não podemos envelhecer no cargo, precisamos abrir espaço para quem é melhor do que nós. Foi por isso que, em 1991, deixei um ótimo cargo na WEG, para assumir novos desafios na Marisol. Depois, abri espaço para meu filho. Devemos ter em mente que a mesmice mata e que o poder provoca a solidão. Infeliz de quem se apaixona por um produto; tem que se apaixonar pelo negócio, se cercando de pessoas melhores do que você”.

Vicente Donini listou algumas de suas crenças, como os ativos: “Os ativos fixos se depreciam, enquanto os intangíveis potencializam”. O crédito: “Ter crédito é ter credibilidade, a maior das instituições humanas”. A coerência: “Somos infinitamente mais observados do que ouvidos. Nosso discurso é efêmero, o que fica são os exemplos”.

Donini valoriza intensamente o tempo, alertando: “Se for perder tempo, perca o seu, nunca o de outrem. Tempo é o mais precioso dos bens”. Da mesma forma, valoriza os erros, “fonte inesgotável de aprendizado”. Duas frases resumem a jornada de Vicente Donini: “Os grandes feitos são a somatória de pequenos acertos. As grandes perdas resultam da soma de pequenos erros”. Para ele, “planejamento, racionalidade e disciplina na execução são pressupostos de ganhos. De nada adianta montar um ótimo planejamento e ter racionalidade, se a execução for frouxa.”

Quando se aposentou das atividades executivas, Donini foi provocado: “Por que não vai morar no seu belo apartamento em Balneário Camboriú? Mas o que vou fazer em Camboriú o tempo todo?” Em vez de se aposentar, Vicente Donini preferiu continuar integrando conselhos de administração e fundou uma vinícola. Onde continua trabalhando.

 

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).