Um quinto das empresas catarinenses pretende investir mesmo durante pandemia, aponta Fiesc

Foto Freepik

Por: Pedro Leal

29/07/2020 - 12:07 - Atualizada em: 29/07/2020 - 12:21

Apesar das perdas de faturamento acumuladas nos últimos quatro meses por causa da redução da atividade econômica e da possibilidade de que os efeitos da crise sanitária se estendam por mais tempo, uma em cada cinco empresas do estado pretende realizar investimentos ainda durante a pandemia.

A informação consta na quarta edição da pesquisa “Impacto do coronavírus nos negócios de Santa Catarina”, realizada pelas federações empresariais da Indústria (FIESC), do Comércio, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC) e pelo Serviço de Apoio Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae/SC), divulgada nesta quarta-feira, dia 29.

A procura por crédito tem marcado o cenário empresarial – e encontrado dificuldade: 45,1% das empresas consultadas disseram ter procurado financiamento e somente 16,6% do total o obtiveram.

Acesso ao crédito para evitar falências

Segundo o estudo, um acesso mais fácil ao crédito poderia ter evitado falências registradas durante a pandemia – e que são estimadas em 1,5% das empresas.

O levantamento indagou os motivos dessas falências e as respostas indicam que 48% foram motivadas pela pandemia (redução de faturamento).

Das demais, 12% são atribuídas a outros problemas não relacionados à pandemia e 40% pelo fato de as empresas já estarem em situação delicada, agravada durante a ocorrência da Covid-19.

Neste contexto, 36% das entrevistadas afirmam que as falências poderiam ter sido evitadas caso houvesse acesso ao crédito.

Além do objetivo de realizar novos investimentos e projetos, motivo para 23,2% do crédito, as principais razões para a busca de crédito são fluxo de caixa (58%), pagamento de custos fixos (32,4%) e pagamento da folha e salários (20,3%).

 

 

Segundo a pesquisa, 87,5% das empresas já retomaram atividades – 40,5% delas com restrições, 21,8% estão com produção reduzida e 25% em normalidade. No outro lado, 11% estão fechadas temporariamente e 1,5%, definitivamente.

Manutenção e geração de empregos

Um dado positivo do levantamento trata da manutenção e geração de emprego. Não apenas caiu o número de empresas que reduziram o quadro, como aumentou a quantidade daquelas que geraram mais postos de trabalho.

Na primeira edição da pesquisa, três em cada quatro (76,8%) empresas catarinenses mostraram ter reduzido a quantidade de trabalhadores contratados.

Na atual medição, esse índice caiu praticamente pela metade e agora são 36,9%. Na outra ponta, 10,1% das empresas dizem ter aumentado seus quadros.

Há uma queda estimada em 19,9% na produção industrial desde 17 de março, com retração de R$ 8,6 bilhões na produção industrial, sendo R$ 7,7 bilhões nas vendas ao mercado interno e R$ 790 milhões nas exportações.

Quanto ao acesso ao crédito, em torno de metade das empresas do setor entrevistadas disse não ter buscado financiamento. Entre as demais, uma a cada duas empresas não obteve sucesso.

“A pesquisa mostra uma tendência à retomada da economia”, acrescenta o presidente da FIESC. “Se em abril se cogitava uma redução do PIB superior a 10%, hoje as estimativas são de uma queda bem inferior”, complementa.

Foram ouvidas 1,6 mil empresas de 6 a 12 de julho e a margem de erro da pesquisa geral é de 2,9%.

 

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