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Turismo na melhor idade cresce e ganha mais adeptos em Jaraguá do Sul

Foto Fabio Junkes/OCP News

Por: Pedro Leal

25/09/2019 - 05:09

Com o aumento na qualidade de vida e na renda da população de maior idade, o turismo na “melhor idade” se tornou comum e as opções para o público “veterano” estão cada vez mais abundantes.

Os idosos já representam 10% da população de Santa Catarina, segundo dados do Sebrae, e, segundo a Organização das Nações Unidas, fazem parte de uma das megatendências globais de negócios para este século.

Entre as preocupações da terceira idade, estão a saúde física, mental, e a garantia de uma velhice ativa e sociável. Parece lógico, mas muitos deles ainda têm dificuldade em encontrar produtos e atendimento que cumpram com esses quesitos.

“Temos notado uma alta considerável no turismo para este público, com uma demanda que cresce em média 35% anualmente”, explica Kilian Sohn Neto, diretor de turismo da agência de turismo Cosmos. A infraestrutura turística e financeira também ajuda, diz Kilian.

“Como hoje é muito fácil viajar com tranquilidade, com aeroportos próximos e boas condições de pagamento, as pessoas têm mais condições de viajar para mais destinos”, completa.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo o agente de viagens, hoje, os 80 são os novos 60 – ou seja, o público que procura as viagens está mais velho, mais experiente, e segue viajando por mais tempo. “As pessoas têm mais saúde e renda por mais tempo, o que permite que viajem mais e melhor”, explica.

Apesar da melhora na saúde, os destinos para este público são predominantemente tranquilos: roteiros históricos e termais, tours gastronômicos e viagens curtas dominam os interesses do público na melhor idade.

“Temos procura por destinos mais distantes, como países da América Latina, da Europa e turismo religioso em Israel e na Jordânia, mas a demanda maior são roteiros turísticos como Holambra, em São Paulo, Minas Gerais e lugares com águas termais, em roteiros de três a cinco dias”, explica.

Outra coisa que mudou são as opções para turistas. “Antigamente, quase todas as atrações eram para um público mais jovem, no máximo se tinha um hotel fazenda e os roteiros de museus. Os hotéis, parques e centros turísticos eram todos pensados para um público mais novo”, afirma.

“Agora temos uma abundância de roteiros e atrações adequadas para um público que busca relaxar e passear com calma”, garante.

Para Izabel Yamada, o céu é o limite

Nem todo turista na melhor idade opta por roteiros mais curtos. Para a dentista aposentada Izabel Yamada, de 74 anos, viagens ao exterior são uma constante – e o próximo destino é um roteiro de passando por Alemanha, Áustria e Suíça, em Maio de 2020.

“Esta é uma viagem que eu ia fazer há três anos, mas por questões de saúde não pude fazer e agora vou realizar esse sonho”, diz.

“Eu sempre digo que enquanto as minhas pernas aguentarem e a cabeça estiver boa, quero ir para bem longe”, define.

Foto Fabio Junkes/OCP News

Todos os anos, Izabel viaja com o mesmo grupo de amigos – por todo o globo: já esteve nos EUA, na Rússia, no México e na terra natal da família, o Japão. “Dos continentes, eu só não conheci a África”, conta.

Apesar da idade, ela rejeita a noção de que os roteiros devam ser curtos. “Se é menos de 15 dias, para mim não vale a pena. É preciso aproveitar, conhecer o local e se preciso, voltar, pois, sempre tem mais coisa para se ver, para se viver”, conta.

A dentista frisa que o melhor é viver as experiências locais. “Sugiro usar o metrô, ônibus, caminhar, como as pessoas que moram ali. Quando estive na Rússia, pude aproveitar as estações do metrô, que são verdadeiros museus, uma experiência única”, lembra.

Foto Fabio Junkes/OCP News

As viagens também são uma constante na vida dos quatro filhos e nove netos, mas segundo Izabel, eles ainda têm tempo pela frente. “Eu só comecei a viajar mesmo depois dos 50, trabalhei muito para isso, eles ainda têm tempo”.

Aos viajantes, ela deixa um conselho. “Viajar é a melhor coisa que existe. As experiências e o conhecimento que se obtém são coisas que ninguém pode tirar de você. Nada se leva dessa vida, então o importante é aproveitar enquanto podemos”, diz.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).