Atualmente, o país conta com 90.332 corretores de seguros, segundo dados da Fenacor (Federação Nacional das Corretoras de Seguros), entre pessoas físicas e pessoas jurídicas. Isso dá uma corretora para 2.200 pessoas – um mercado que exige cada vez mais um diferencial para centrar a atenção dos clientes. Em Santa Catarina, são 3.240 – uma a cada 2.000.
Para a emergente JG Prime Seguros, de Jaraguá do Sul, o diferencial está no tratamento, mais próximo, personalizado e humanizado que a média do setor. “Acho que todo mundo já passou por esse tipo de situação, de ter que acionar o seguro e se deparar com um atendimento distante, impessoal, falar com alguém que você nem sabe quem é, e ser deixado sem ideia de como proceder”, conta um dos sócios, o empresário, escritor e fotógrafo Daniel Behnke.
A empresa, fundada em 2014 pelos corretores Jonathan Mathias Kath e Gustavo Barcarolo, para atender às necessidades que não eram supridas pelas corretoras locais, no entendimento da dupla, deu base para o nome da empresa. “Se bem que podia ser Jaraguá também”, ri Barcarolo. Ano passado, a empresa ganhou um terceiro sócio, Behnke. O trio atua como filial da Cipriani Seguros, empresa de Presidente Getúlio que atua há mais de 30 anos no mercado.
A impessoalidade e a distância no tratamento aos clientes marca o atendimento de várias corretoras de seguros. Apólices e planos são tratados como algo pronto e universal, sem serem moldadas para as necessidades do cliente, contatos são vagos e impessoais e muitas vezes, acaba-se saindo com uma apólice que não atende às suas necessidades ou que cobra por uma cobertura que não será necessária.
Foi justamente este tratamento diferenciado e mais “íntimo” dado pela JG que levou Behnke a entrar com sociedade na empresa. Primeiro, ele foi cliente e aprovou o atendimento dispensado. “Eu tive várias experiências negativas com seguradoras, e vi uma falta de personalidade, de contato, na maioria delas”, explica, destacando que se viu tão fascinado com a empresa que decidiu investir e fazer parte dela.
“Muitas empresas trabalham com serviços tabelados, não ajustam para as necessidades do cliente. Como a maioria das pessoas não entende muito de seguros acaba aceitando apólices que não atendem o que elas precisam e pagando por serviços que não vão precisar”, explica Behnke.
Barcarolo frisa que é prioridade para a empresa deixar claro pelo que o cliente está pagando e apresentar o produto certo da maneira certa. “Muitas coisas mudam de pessoa para pessoa, e isso é deixado de lado por grande parte do setor, que simplesmente copia um contrato pronto e fica por isso”, comenta. Segundo o corretor, isso acontece apesar da oferta do mercado por planos personalizados.
Setor é marcado por insatisfação
O setor de seguros não é um dos mais benquistos pelo consumidor brasileiro. Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg), em uma escala de 1 a 5, a nota dada pelo consumidor aos serviços de seguros no Brasil é 2,5. Para os sócios da JG Seguros, esse diferencial de proximidade é essencial para sair desta nota.
“Trabalhamos sempre para explicar ao cliente o plano e cobrir suas necessidades. Não basta ter um bom preço, precisa ter cobertura”, explica Kath. Mais da metade das queixas registradas no setor, segundo a CNSeg, são por problemas de cobrança ou por erros no contrato, segundo um levantamento de 3.619 reclamações no setor – 1% do total de reclamações de seguros no país. O terceiro ponto com mais queixas – um quarto do total – é o atendimento, área onde a empresa atua para se destacar, mantendo um contato direto entre as duas partes – seguradora e segurado.
Os planos com mais reclamações são os de saúde (24%) e de seguro automotivo (18%), e essas reclamações poderiam ser evitadas com um atendimento que detalhasse mais os planos, o que eles cobrem e o que eles cobram – justamente como a JG Prime Seguros busca fazer: esclarecer dúvidas e deixar tudo claro antes que o cliente tenha que reclamar.
Enquanto isso, a empresa segue com previsão de crescimento, mantendo o que é essencial. “Nossas projeções para o futuro são extremamente positivas”, conta Barcarolo. O fim da recessão do país deve ser positiva para a empresa, mas não tanto quanto seria em outros setores. “A demanda por seguros nunca para, certo que não passamos pelo pior da crise, então não temos um padrão de como era o mercado antes, mas para nós tem tudo sido bem positivo”, conta Kath.
Mercado bilionário e crescimento acelerado
Segundo dados da Fenacor, em 2017 o total das apólices de seguros no país somava R$ 105,356 bilhões, com um crescimento de 6% em relação ao ano anterior, quando somava R$ 100,711 bilhões. No mundo, são mais de US$ 200 bilhões em apólices de seguro. Em Santa Catarina, o crescimento do setor foi de 5%, passando de R$ 3,935 bilhões para R$ 4,114 bilhões.
Em meio a esse mercado, a JG se destaca, com crescimento médio de 50% a 70% ao ano em seus quatro anos de atuação. “É claro que ainda temos espaço para crescer, que somos uma corretora ainda pequena, e que esse ritmo de crescimento não vai durar para sempre”, conta Barcarolo, destacando que ainda assim, é um prognóstico extremamente positivo.
Ao mesmo tempo, o trio de sócios frisa que é essencial manter o ritmo de crescimento dentro das capacidades da empresa. “O que nos é mais importante é manter este tratamento personalizado e humano, mesmo que isso exija que desaceleremos um pouco”, destaca Barcarolo.
“Nosso plano agora é crescimento contínuo, rcva pautado nessa coluna vertebral nossa, que é o atendimento, em uma velocidade que possamos nos manter com essa proximidade do cliente”, conta Kath. Hoje, a empresa conta com outro funcionário. “Acredito que ano que vem teremos de contratar mais um e talvez mudar para um espaço maior”, comenta Barcarolo.
Segundo Barcarolo, o setor não tem sazonalidade e não há um período de maior procura pelos serviços de seguradoras e corretoras. “As pessoas fazem apólices quando elas precisam, quando compram um carro, vão viajar, precisam de um plano. Aí vai do cliente decidir contratar um seguro e de nós convencê-lo a firmar conosco”, conta. Isso inclui explicar a necessidade e tranquilidade que pode trazer um seguro automotivo além do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), que é obrigatório.
A corretora atende apólices de todos os tipos, embora a procura maior seja por seguro automotivo – responsável por 32% de todas as apólices no país, descontado o DPVAT – e de pessoas, responsável por 33% das apólices brasileiras.
O setor é controlado por algumas grandes seguradoras e grande parte das corretoras trabalham com seguros destas grandes empresas. De acordo com Kath, essas empresas acabam por regular os preços e os valores no mercado, portanto o papel das corretoras acaba sendo fundamental para prender a atenção do cliente.
A JG trabalha com várias destas grandes empresas, das quais seus sócios destacam as empresas HDI, Liberty, Allianz, Zurich, Tokio Marine, Mapfre, Bradesco, Porto Seguro, Itaú, Azul, SulAmerica e Sompo, algumas das maiores do país. “Visamos sempre ser uma ponte entre o cliente e a seguradora”, explica Behnke.