Com o anúncio de novos aumentos tarifários por parte dos Estados Unidos e o crescimento das barreiras comerciais em diversos mercados, o comércio exterior brasileiro volta a enfrentar um cenário de incerteza e pressão competitiva. Para discutir os efeitos dessa conjuntura e propor caminhos de resiliência, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) promoverá, no dia 18 de novembro, o Fórum Comércio Exterior – Desafios e Oportunidades, das 10h às 11h30, com transmissão pelo canal CNC Play no YouTube.
Escalada tarifária expõe vulnerabilidades
Nos últimos meses, o chamado ‘tarifaço’ norte-americano — com sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros — acendeu um sinal de alerta entre exportadores e entidades representativas. Setores como o químico, metalúrgico e de transformação já relatam perdas de competitividade e redução de margens diante da nova onda de protecionismo internacional.
Para José Carlos Raposo Barbosa, presidente da Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (Feaduaneiros), participa do fórum representando a Câmara Brasileira do Comércio Exterior (CBCEX) da CNC, enriquecendo o debate com a visão técnica e a experiência prática do setor aduaneiro. Para o Presidente, o momento exige articulação institucional e planejamento estratégico. “O comércio exterior brasileiro precisa de previsibilidade e de uma estratégia nacional sólida. As empresas estão preparadas para competir, mas precisam de um ambiente que ofereça segurança jurídica e apoio governamental para enfrentar as barreiras externas”, afirma Raposo.
Brasil entre os países com mais barreiras não tarifárias
Além das tarifas impostas por parceiros internacionais, o país também enfrenta desafios internos. Estudos recentes apontam que o Brasil está entre as nações com maior número de barreiras não-tarifárias, que incluem exigências técnicas, licenças específicas e morosidade em processos aduaneiros. Esses entraves afetam principalmente as pequenas e médias empresas, que têm dificuldade de manter regularidade exportadora.
O economista Fabio Bentes, gerente-executivo de Análise e Desenvolvimento Econômico da CNC, explica que as cadeias globais de valor estão se reorganizando e que o Brasil precisa agir rapidamente para não perder espaço.
“A tendência mundial é de reindustrialização e regionalização de cadeias. Se o Brasil não reagir com acordos comerciais e políticas de incentivo, pode ver sua participação no comércio global cair ainda mais”, alerta Bentes.
Fórum propõe agenda de soluções e diálogo institucional
Com foco em soluções práticas e estratégias de médio prazo, o Fórum reunirá representantes do setor privado e de órgãos legislativos. Além de Raposo e Bentes, participarão Otávio Leite, consultor da Fecomércio-RJ e ex-deputado federal, e Felipe Miranda, coordenador legislativo da Diretoria de Relações Institucionais da CNC. O encontro discutirá temas como o impacto das tarifas internacionais e o papel da diplomacia comercial; a importância dos acordos regionais para redução de barreiras e custos logísticos; e caminhos para ampliar a competitividade brasileira e atrair novos exportadores.
Segundo Felipe Miranda, é essencial que o Congresso Nacional e as entidades empresariais atuem em sinergia. “O Brasil precisa atualizar sua política comercial com base em dados e previsões globais. O papel da CNC é justamente articular essa ponte entre o Legislativo e o setor produtivo”, afirma.
Protagonismo institucional
A abertura do evento contará com a participação de José Roberto Tadros, presidente da CNC, em mensagem especial, além de discursos de Luiz Carlos Bohn (presidente da Fecomércio-RS e coordenador-geral das Câmaras Brasileiras do Comércio e Serviços), Sergio Henrique Moreira de Sousa (AGR) e Andrea de Marins Esteves (ACBCS). A iniciativa reforça o papel da CNC como principal articuladora das pautas empresariais do setor de comércio e serviços, consolidando sua atuação tanto em fóruns nacionais quanto internacionais.
Serviço
Data: 18 de novembro de 2025
Horário: 10h às 11h30