A manutenção da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelos Estados Unidos, poderá desencadear um efeito em cadeia devastador na economia nacional, com impactos diretos no nível de emprego, inclusive entre os trabalhadores temporários. O alerta é de Joseph Couri, presidente do SIMPI (Sindicato da Micro e Pequena Indústria), que aponta o risco de cancelamentos de pedidos, queda da demanda e o agravamento da recessão no setor produtivo.
“A principal consequência é a redução da demanda, porque os preços sobem substancialmente, a inflação aumenta e isso derruba o poder de compra das famílias. Com menos consumo, especialmente em setores sazonais e de bens não essenciais, a primeira reação das empresas é cancelar contratos temporários, cortar turnos e demitir”, afirma Couri.
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O impacto será ainda mais grave entre os pequenos negócios. Segundo o presidente do SIMPI, mesmo representando cerca de 1% das exportações brasileiras, as micro e pequenas indústrias são extremamente sensíveis às oscilações do mercado externo e integram cadeias produtivas maiores. “Esse 1% será perdido. Não apenas pela alta da tarifa, mas porque os contratos serão redirecionados a países com taxas mais competitivas. As pequenas empresas fornecem para as grandes, e esse movimento afeta toda a cadeia”, explica.
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Além disso, o aumento do custo do crédito e a retração dos investimentos devem frear ainda mais o ritmo da produção industrial. “Empréstimos financeiros ficarão mais caros, toda a estrutura de crescimento será comprometida. Isso significa mais desemprego, menos oportunidade, menos consumo. A escala da recessão tende a se aprofundar”, alerta Couri.