O comércio de móveis no Brasil confirmou a tendência dos últimos meses e foi o segmento que apresentou o maior crescimento no volume de vendas em 2020.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparadas a 2019, as vendas tiveram uma variação acumulada de 11,9%.
Embora os resultados do varejo sejam muito positivos para o segmento moveleiro, as indústrias e toda a cadeia produtiva ainda enfrentam uma conjuntura bastante desafiadora.
A retração de 6,1% do varejo restrito em dezembro, frente a novembro, é a segunda pior taxa mensal da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), iniciada em 2000, e o pior resultado para dezembro.
Com isso, o varejo restrito praticamente zera os ganhos que tinham sido registrados nos meses anteriores, o que compensava a retração do período mais intenso da pandemia da Covid-19. Influenciado pelo auxílio emergencial, o setor de hipermercados e supermercados, por exemplo, cresceu 4,8% em 2020, enquanto no ano anterior, tinha avançado apenas 0,4%.
O desempenho poderia ter sido melhor se a inflação não tivesse impactado tanto nos últimos meses do ano.
O fim do auxílio emergencial, a aceleração no ritmo da pandemia nos últimos meses e novas medidas restritivas também impuseram dificuldades para a retomada econômica e são apontadas como fatores decisivos para caracterizar esse cenário
A pandemia, portanto, segue sendo a causa central sobre o desempenho da economia no ano passado. O setor moveleiro, especificamente, registrou descompasso entre a oferta e a demanda alta por mobiliário, quando a produção não conseguiu acompanhar as vendas.
Mesmo com a trajetória de crescimento, iniciada no segundo semestre de 2020, o setor não recuperou todas suas perdas, sendo a expressiva alta dos preços dos insumos e a falta de matéria-prima os principais entraves.
Em termos gerais, a produção industrial avançou 0,9% na passagem de novembro para dezembro de 2020. Na comparação de dezembro do ano passado com igual mês de 2019 o setor industrial cresceu 8,2%.
As principais influências foram registradas nos setores de veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (22,6%), Máquinas e Equipamentos (37,4%) e Metalurgia (28,9%).
Entre os ramos que também assinalaram impactos positivos importantes foram: Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (17,5%), Couro, Artigos para Viagem e Calçados (21,5%), Produtos de Madeira (16,8%) e Móveis (16,3%).