Sem planejamento integrado, SC continuará sofrendo com logística precária, diz FIESC

Por: Pedro Leal

28/10/2021 - 11:10 - Atualizada em: 28/10/2021 - 11:24

Lideranças da região Norte e Nordeste do estado debateram nesta quarta-feira (27), em Jaraguá do Sul, a situação da BR-280 e os impactos econômicos em função da falta de mais investimentos na duplicação da rodovia. A definição de um planejamento integrado para o sistema de logística no estado foi apontada como uma medida urgente para que a região e o estado se tornem mais competitivos.

Conforme o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, essa demanda está sendo apresentada aos governos estadual e federal, como forma de incluir Santa Catarina no plano nacional de logística e com isso sensibilizar para a aceleração das obras de melhorias nas rodovias.

Para mobilizar a sociedade, a campanha BRs: SC Não Pode Parar, da Fiesc, lançará em novembro um abaixo-assinado em favor da aplicação de mais recursos para investimentos na malha rodoviária.

O presidente da FIESC lembrou durante o seminário, realizado na sede da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), que um dos principais gargalos na região está localizado no acesso ao Porto de São Francisco do Sul, mas reiterou a importância de investimento em todo o complexo viário utilizado para a entrada de matérias-primas e produtos manufaturados.

Ele disse ainda que a BR-280 tem um papel fundamental para a economia porque está situada em uma região economicamente forte e a rodovia precisa ter a sua duplicação concluída o mais cedo possível.

O seminário mostrou a importância da região no entorno da BR-280 ao longo dos 316 quilômetros entre o porto e a cidade de Porto União, no Planalto Norte. Com uma população de 1,6 milhão de pessoas, no ano passado, somente nos municípios do trecho atualmente em obras, foram gerados cerca de R$ 19 bilhões em impostos federais e mais de R$ 5,5 bilhões em ICMS, representando um PIB (Produto Interno Bruto) superior a R$ 74 bilhões.

Participaram do seminário prefeitos e lideranças políticas, representantes do setor produtivo e de entidades organizadas, como forma de mobilizar a região para que o estado seja atendido nas suas reivindicações.

O vice-presidente da FIESC para o Vale do Itapocu, Célio Bayer, lamentou a falta de um olhar mais atento do governo: “Não temos a devolução em investimentos que merecemos considerando a arrecadação de tributos, para que essa região possa continuar crescendo, se desenvolvendo e gerando empregos”, afirmou Bayer.

O presidente da Acijs, Luis Hufenüssler Leigue, disse que a escassez de recursos para que a obra siga em ritmo mais acelerado inibe o desenvolvimento da região. A falta de retorno em infraestrutura representa, avalia, uma freada no crescimento da região, com a perda de negócios, capacidade limitada de escoar a produção, dificuldade para o morador se deslocar, aumentando os custos para toda a sociedade e trazendo riscos para a geração de oportunidades.

“Com isso, corremos um sério risco de empresas migrarem e de ter uma perda de empregos, o que traz um impacto muito forte”. O empresário ressaltou a importância de pensar o sistema logístico do estado de forma integrada, mas buscando dar dinâmica aos projetos em andamento, como é o caso do trecho da BR-280 onde os serviços já estão mais adiantados. “Essa preocupação deve ser levada ao governo federal de que é mais viável acelerar etapas do que fazer a obra a conta gotas’.

O prefeito Antídio Lunelli também reiterou a importância de investimentos na infraestrutura que possam fortalecer a diversidade econômica da região. Lunelli destacou a iniciativa lançada em julho para discutir a situação das BRs 101, 163, 280, 282 e 470 e buscar soluções para melhorar a capacidade viária, a eficiência e a segurança das rodovias federais e suas ligações com a malha estadual