Conheça os seis erros mais comuns na hora de empreender

Em um cômodo pequeno da própria residência, com uma janela, mesa e armário de madeira, prateleiras de plástico, máquina de costura, linha e vontade de empreender, Aline Drews Hanemann, de 28 anos, inicia seu negócio com a produção de babadores e pano de boca infantil.

Antes de iniciar o negócio, Aline procurou ajuda do Sebrae, onde recebeu informações e foi orientada a fazer uma pesquisa de mercado. “Assim é possível conhecer os hábitos de consumo, do cliente, o seu concorrente com seus pontos fortes e fracos e o fornecedor”, explica a coordenadora da instituição, Zenilde Balsanelli.

Inicialmente, a microempreendedora queria produzir roupas para cachorros. “As pessoas hoje em dia estão tendo mais cachorros do que filhos”, comenta. Depois de alguns dias refletindo, decidiu mudar os planos. “Fiz o plano de negócio e percebi que eu só ia vender as roupas para cachorro no inverno”, conta Aline.

Mas o pontapé inicial para a mudança de planejamento foi o nascimento do sobrinho. “Minha cunhada comentou comigo que os babadores eram caros e me mostrou um modelo. Como eu sei costurar, eu arrisquei”, lembra.

Quando as pessoas chegam ao Sebrae, ganham uma consultoria gratuita que pode ser de até três horas, onde recebe orientações de acordo com a necessidade da empresa. “Uma das orientações é financeira. Já pegamos casos de cliente que não fez o plano de negócio e foi direto abrir a empresa, e chegou um momento que não deu certo, pois não houve um planejamento em todos os sentidos”, alerta Zenilde.

Outro item debatido são estratégias de marketing e criação de marca, com consultores especializados. As vendas são outro tema importante, se será aberta loja física, apenas virtual ou ambas. “É uma tendência os e-commerce”, comenta a coordenadora.

As vendas dos produtos infantis de Aline, por exemplo, estão sendo feitas em algumas lojas da cidade e pela página no Facebook: Sou Bebê. “Minha ideia é criar um site para isso, mas por enquanto estou no Facebook porque é de graça”, comenta.

Outro fator decisivo, talvez um dos mais importantes, é o capital de investimento. Para a abertura de uma empresa, existem algumas taxas que variam de um salário mínimo, R$ 880, a R$ 2 mil reais. “Como a taxa é elevada dependendo do tipo de setor de atuação, hoje temos mais a abertura dos MEIs, como é o caso de Aline, pois é sem taxa de investimento”, comenta Zenilde.

A empreendedora já tinha máquina de costuma em casa, fios e o espaço, por isso não precisou de tanto capital. São investidos cerca de R$ 800 por mês para a compra de tecidos. Depois de anos adiando o sonho de ser dona do próprio negócio, Aline comemora. “Sou casada, mas não tenho filhos, vi que essa era a hora certa. Acho até que iniciei tarde demais”, finaliza.

Seis erros mais comuns na hora de empreender
As maiores causas que levam uma empresa a fechar as portas estão ligadas à falta de planejamento e a erros na administração, principalmente nos primeiros anos de vida, segundo estudos do Sebrae. Veja alguns dos principais erros e fuja deles.

1 – Falta de planejamento
Muitos empresários começam a atuar sem fazer um plano de negócio. Antes de abrir uma empresa, é preciso estudar todos os aspectos que envolvem o negócio. Deve-se pesquisar quem será o público-alvo, fornecedores, custos fixos e variáveis, concorrência e localização adequada. Quanto mais informações o empreendedor tiver sobre seu ramo de atividade, maiores são as chances de sucesso.

2 – Copiar modelos existentes
É um equívoco reproduzir integralmente um modelo de negócio que já existe no mercado sem fazer inovações. No curto prazo, a cópia pode até trazer lucro, mas no médio prazo tende a não funcionar. Para ter sucesso, é necessário haver alguma inovação em relação ao produto ou serviço oferecido pela concorrência.

3 – Não acompanhar a rotina da empresa
Deixar a empresa nas mãos de terceiros é arriscado. A dedicação é uma das principais qualidades de um empreendedor. Ele deve separar um determinado período do seu dia para verificar de perto a rotina de cada área da empresa.

4 – Descontrole do fluxo de caixa
Muitos empresários se perdem quando o assunto é administração. A empresa deve adotar um sistema de controle da entrada e saída de dinheiro. Em empresas menores, uma simples planilha consegue resolver o problema. Já empresas maiores podem optar por aplicativos mais elaborados para fazer este controle. Além disso, é preciso ter o hábito de checar as contas, de preferência todos os dias, e saber planejar o pagamento e recebimento dos recursos.

5 – Falta de divulgação da marca
Não se pode esperar que o boca-a-boca garanta o sucesso da empresa. Para um marketing mais eficiente, o empresário tem de entender o mercado que quer atingir, saber onde o público dele está e do que ele gosta. A partir destas informações, estabelece-se uma estratégia e a propaganda ideal é direcionada para os clientes.

6 – Não se adaptar às necessidades do mercado
Aquele empresário resistente às mudanças e fechado às novidades tende a ficar para trás. É importante que o empreendedor sempre se mantenha antenado às tendências do seu ramo de atividade. Ler matérias em jornais, sites e revistas ou conversar com clientes e fornecedores é de grande ajuda para conseguir mais informações sobre o mercado. O consumidor quer novidade e quem não se adaptar tende a perder espaço.

Consultoria do Sebrae
Por mês, o Sebrae recebe em média 200 pessoas que têm a intenção de abrir um negócio. O atendimento pode ser feito das 8h às 12 horas e das 14h às 18 horas, na Rua Expedicionário Antônio Carlos Ferreira, Centro de Jaraguá do Sul, número 206.  Entre os serviços oferecidos gratuitamente estão orientações para o plano de negócio, organizar os resultados em planilha, consultoria com o setor financeiro e de marketing de até três horas por cliente e de estratégia de negócio. Já os cursos de capacitação oferecidos pela entidade têm o custo entre R$120 e R$300, dependo da duração.